Willi Egloff, advogado que representou a vítima de estupro na Suíça em episódio envolvendo o técnico Cuca, em 1987, desmentiu as afirmações do treinador do Corinthians e afirmou que a menina, então com 13 anos, reconheceu, sim, o então jogador do Grêmio como um de seus agressores.
Em entrevista ao portal UOL, Egloff contestou a versão de Cuca, que, segundo ele, foi reconhecido pela vítima como um de seus estupradores em caso que aconteceu em um hotel em Berna, na Suíça, e que levou o treinador a ser condenado a 15 meses de prisão pela Justiça do país europeu. O crime prescreveu em 2004 e ele nunca cumpriu a pena.
— A declaração de Alexi Stival (Cuca) é falsa. A garota o reconheceu como um dos estupradores. Ele foi condenado por relações sexuais com uma menor — disse o advogado ao UOL, conforme matéria assinada pelo repórter Adriano Wilkson e publicada nesta terça-feira (25).
Na coletiva de apresentação no Corinthians, na sexta-feira (21), Cuca alegou ser inocente e afirmou três vezes que a vítima não teria lhe reconhecido como um de seus agressores. Os outros envolvidos no escândalo sexual foram Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, todos atletas do Grêmio à época.
— Sou totalmente inocente, não fiz nada. As pessoas falam que houve um estupro. Eu não fiz nada — enfatizou o treinador, que complementou:
— Se eu pudesse não estar no quarto, eu não estaria. Mas eu não fiz nada, se é que aconteceu alguma coisa. Qual é a palavra da mulher? Que o Cuca não esteve lá. Como pode ser condenado?
O advogado também validou as notícias publicadas pelo jornal Der Bund, de Berna, em 1989. A publicação apontou que o sêmen de Cuca foi encontrado na garota. De acordo com Egloff , o exame foi feito pelo Instituto de Medicina Legal da Universidade de Berna.
— É correto que o sêmen de Alexi Stival foi encontrado no corpo da garota. O exame foi realizado pelo Instituto de Medicina Legal da Universidade de Berna — disse Egloff ao UOL.
Em depoimentos à época, a vítima narrou ter sido segurada à força por quatro jogadores do Grêmio, que permaneceram em cárcere por 30 dias. Em 1989, Cuca acabou condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil.
O julgamento foi feito à revelia, já que ele e os outros gremistas envolvidos no caso já haviam voltado ao Brasil depois de serem liberados ao fim da fase de instrução no processo. O processo está sob sigilo de 110 anos, protegido pela lei de proteção de dados da Suíça.