O atacante Willian Bigode, atualmente no Fluminense, publicou um vídeo em suas redes sociais na noite desta segunda-feira (13) para se defender das acusações de fraude na polêmica do investimento criptomoeda que lesou seus ex-companheiros de Palmeiras Gustavo Scarpa e Mayke. O jogador negou ter participado de qualquer ação e afirmou que também foi vítima ao fazer investimentos sem retorno.
— Estou relutando para gravar esse vídeo, mas quero pontuar algumas coisas. Primeiro que a WLJC é uma empresa de gestão financeira, não é de investimentos nem corretora. Eu não sou dono nem sócio e muito menos golpista. Eu sou vítima porque até hoje não recebi o meu recurso. O mais doloroso e constrangedor é você ver e ouvir mentiras. A minha equipe de advogados está tomando todas as medidas cabíveis — disse o jogador em vídeo.
O caso foi revelado por reportagem do Fantástico, publicada na noite do último domingo. O jornal revelou conversas entre o meia Gustavo Scarpa , atualmente no Nottingham Forrest-ING, o lateral Mayke, ainda no Palmeiras, e Willian sobre perda com investimentos. Somados, os dois jogadores teriam aplicado cerca de R$ 10 milhões em criptomoedas diante da promessa de ganhos de até 5% ao mês.
Para convencer os jogadores a fazer o investimento, um dos donos da empresa teria dito que a empresa tinha R$ 2,1 bilhões em pedras de alexandrita, um mineral de grande valor, como garantia.
Justiça
Os jogadores conseguiram na Justiça o bloqueio e arresto de bens móveis, imóveis e pecúnia dos réus. Trata-se de Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento (Xland Holding Ltda); Willian Gomes de Siqueira (Willian Bigode), Loisy Marla Coelho Pires Siqueira e Camila Moreira de Biasi (WLJC Gestão Financeira); e Jucimar Gomes (Soluções Tecnologia LTDA), todos envolvidos com a formação da empresa.
Em 3 de março, foi publicado no Diário de Justiça do Estado de São Paulo (DJSP) uma decisão em favor de Gustavo Scarpa bloqueando as contas dos sócios das empresas (incluindo o colega do Palmeiras, Willian Bigode) em até R$ 5,3 milhões pleiteados na ação. A decisão foi deferida pelo juiz Danilo Fadel de Castro. A ação corre na 10ª Vara Cível de São Paulo.
O caso de Mayke é similar ao de Scarpa. Em 27 de fevereiro, uma liminar foi proferida em favor do jogador do Palmeiras ordenando o bloqueio de até R$ 7.834.232,61 dos réus. Porém, apenas os sócios da Xland e as demais empresas são citadas na ação. A empresa de Willian está citada, mas seu nome não aparece. A decisão foi deferida pelo juiz Christopher Alexander Roisin e ela corre na 14ª Vara Cível. O processo é movido não só por Mayke, mas também por sua mulher, Rayanne de Almeida.
RELATOS OFICIAIS
Presentes, as vitimas Gustavo Henrique Furtado Scarpa e Mayke Rocha de Oliveira noticiam que há cerca de um ano realizaram investimentos financeiros com a empresa Xland Holding Ltda, por intermédio de pagamentos para a Soluções Tecnologia Eireli , aportaram respectivamente os valores de: R$ 6.300.000,00 e R$ 4.083.000,00, com promessa de retorno entre 3,5% a 5,0 % ao mês. As vítimas iniciaram os investimentos por indicação e confiança depositada com o Willian Gomes de Siqueira, colega e jogador conhecido como Willian "Bigode", proprietário da empresa WLJC Gestão Financeira.
Segundo Gustavo Scarpa, (quando) solicitou a rescisão contratual com a Xland Holding Ltda., lhe foi informado prazo de 30 dias úteis para pagamento do valor investido, porém, decorrido o prazo, nada aconteceu. Segundo responsáveis pelas empresas, Sr Jean e Gariel prometem os pagamentos, novamente nada acontece. Com relação a vítima Mayke Rocha, (quando) solicitou o resgate da rentabilidade na data 06/10/2022, a empresa se comprometeu a realizar o pagamento até em dez dias úteis, e também nada ocorreu.