O Real Madrid usou todo seu repertório para conquistar o título do Mundial de Clubes com a vitória sobre o Al Hilal por 5 a 3 neste sábado, em Rabat, no Marrocos. O time mostrou criatividade e talento nos dois gols de Vini Jr, eficiência tática de Valverde, que fez outros dois, e o faro de artilheiro de Benzema. A partida foi a decisão com maior número de gols desde 1962, quando o Santos de Pelé derrotou o Benfica por 5 a 2.
Foi o oitavo título mundial do time merengue ao longo da história (1960, 1998, 2002, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2022 - a decisão foi adiada por causa da Copa do Mundo). A conquista amplia a longa hegemonia europeia no torneio. Agora, são dez conquistas seguidas. A última vez que os europeus foram batidos foi em 2012, quando o Corinthians superou o Chelsea. Carlo Ancelotti, preferido da CBF para substituir Tite no comando da Seleção Brasileira, conquista o 26º título em sua vitoriosa carreira.
Embora tenha colocado em campo sua superioridade técnica e tática, o Real falhou na defesa e cedeu três gols ao rival saudita, comportamento que deve acender a luz amarela para os confrontos da Champions League.
Só um time jogou no início da final. E foi Real Madrid. O time saudita apostou na compactação da defesa e colocou dez jogadores atrás da linha da bola. Pouco adiantou. Com toques de primeira, intensa movimentação e inversões de jogo, o time espanhol envolvia o rival e as chances começaram a se somar. A novidade no Real Madrid foi o retorno do atacante Karim Benzema, recuperado de lesão. Com isso, Rodrygo foi para o banco. Antes dos 20 minutos, o Real já vencia por 2 a 0. Aos 12, Benzema tocou para Vini Jr. abrir o placar na saída do goleiro. É o segundo no Mundial de Clubes e 16º gol na temporada. Cinco minutos mais tarde, aos 17, Valverde pegou de primeira o rebote da zaga e contou com a falha do goleiro para ampliar a vantagem.
O time saudita tentava acompanhar a troca de passes espanhola, mas nem sempre conseguia. A saída era tentar roubar a bola e explorar o contra-ataque, a única chance de surpreender o gigante espanhol. A estratégia deu certo aos 25. Com uma transição rápida, recuperando a bola na defesa e esticando o contra-ataque, o Al Hilal conseguiu diminuir com o atacante Marega, o único atacante do time, após lançamento de Carrillo.
O início do segundo tempo foi uma cópia da etapa inicial: o Real conseguiu mais dois gols antes dos 15 minutos com toda a versatilidade do ataque. Aos 8, Benzema finalizou após passe de trivela de Vini Jr., exemplo de criatividade e talento. Aos 12, agora pelo lado direito, Valverde finalizou cruzamento de Carvajal, em uma jogada que mostrou a eficiência tática do atual campeão da Liga dos Campeões.
A vantagem no placar não diminuiu o ímpeto saudita. O meia argentino Vietto tratou de garantir a perseguição por duas vezes. Entre eles, Vini Jr. fez mais um após bela jogada individual na metade do segundo tempo. A quantidade de gols - foi a decisão com maior número de gols desde 1962 — evidencia um jogo aberto, com poder ofensivo do Al-Hilal e falhas inesperadas do Real. Mesmo assim, o futebol europeu continua sobrando no Mundial de Clubes.