Com o departamento médico cheio e desgastado pela sequência incessante de jogos, o Real Madrid enfrenta nesta quarta-feira (8), nas semifinais do Mundial de Clubes, o Al Ahly do Egito, que quer surpreender os europeus depois de conseguir duas vitórias no Marrocos.
O time merengue vive seu pior momento na temporada, com seis jogadores lesionados e vindo de tropeços no Campeonato Espanhol que permitiram ao Barcelona abrir oito pontos de vantagem na liderança.
"O calendário é terrível, tivemos lesões, mas estamos crescendo e temos confiança", disse o técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, em entrevista coletiva nesta terça-feira (7), em Rabat.
- Sem Benzema, nem Courtois -
Ancelotti já havia alertado sobre a grande carga de jogos para o campeão europeu, ainda mais com a disputa da Copa do Mundo entre novembro e dezembro, o que representa um nível de exigência física inédito. E o Real Madrid está pagando caro por isso.
A equipe espanhola viajou ao Marrocos sem sua principal arma ofensiva, o atacante francês Karim Benzema, que sofreu uma sobrecarga muscular na semana passada.
Ancelotti decidiu não arriscar e poupar Benzema visando os compromissos do Real Madrid nas próximas semanas: semifinais da Copa do Rei contra o Barcelona e oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa contra o Liverpool.
Além do atacante francês, ficaram na Espanha Éder Militão, Lucas Vázquez, Ferland Mendy, Eden Hazard e Thibaut Courtois, que se lesionou no aquecimento antes derrota para o Mallorca por 1 a 0 em LaLiga.
No entanto, Ancelotti antecipou que Benzema, Militão e Courtois podem se juntar ao elenco no Marrocos até a final do Mundial.
"Eles estão na lista, ficaram se recuperando. Se estiverem bem, virão para o jogo de sábado", disse o treinador italiano sobre o dia em que serão disputadas a final e a partida pelo terceiro lugar do torneio.
Ancelotti também não poderá contar com a melhor versão de Toni Kroos, Luka Modric, David Alaba, Dani Carvajal e Aurelien Tchouameni, todos com problemas físicos apresentados nas últimas semanas.
No ataque, Rodrygo e Federico Valverde, inspirados na primeira parte da temporada, ainda não encontraram regularidade, enquanto Vinícius Júnior vem vivendo semanas muito complicadas, sendo alvo de vários ataques racistas de torcedores rivais e protagonista de discussões com adversários no campo.
Além de Marco Asensio, que perdeu um pênalti no último domingo contra o Mallorca, sobram poucas alternativas para Ancelotti, que leva para o Marrocos os pratas da casa Mario Martín, Sergio Arribas, Marvel, Luis López e Lucas Cañizares (os dois últimos goleiros que acompanham o ucraniano Andriy Lunin, que será o titular).
No estádio Príncipe Moulay Abdellah da capital marroquina, o Al Ahly tentará surpreender o Real Madrid e chegar pela primeira vez à final do Mundial de Clubes, do qual já participou oito vezes.
- 'Sem pressão' -
O time egípcio, rei da África com seus dez títulos continentais, é dirigido desde 2022 pelo ex-jogador da seleção suíça Marcel Koller.
A base do elenco é formada por jogadores da seleção do Egito, mais alguns estrangeiros como o tunisiano Ali Maaloul, o sul-africano Percy Tau e o malinense Aliou Dieng.
"Enfrentar o campeão da Europa é um jogo dos sonhos. Se nos dissessem que iríamos jogar contra o Real Madrid, teria respondido: 'estão loucos', mas é uma realidade. Vamos sem pressão e veremos o que acontece", disse Dieng.
O Al Ahly já soma duas vitórias no torneio, com quatro gols marcados e nenhum sofrido (3 a 0 sobre o Auckland City e 1 a 0 sobre o Seattle Sounders).
"É uma grande conquista enfrentar o Real Madrid nas semifinais. Nós nos preparamos na parte teórica e técnica para o jogo, é um desafio", afirmou Koller sobre o duelo com os espanhóis.
* AFP