O piloto brasileiro Lucas Moraes encerrou sua participação na 45ª edição do Rally Dakar com um surpreendente terceiro lugar na classificação geral, atrás somente do catariano Nasser Al-Attiyah e do francês Sébastien Loeb.
Com o resultado, o bicampeão do Rali dos Sertões conquistou o melhor resultado brasileiro da história da competição, superando o oitavo lugar de Klever Kolberg e do navegador francês Pascal Larroque, em 2002, a bordo de um Mitsubishi Pajero Full.
Contando com o experiente navegador alemão Timo Gottschalk em sua equipe, Moraes fez sua estreia no Dakar a bordo de um Toyota GR DKR Hilux. Ao todo, o piloto percorreu mais de 8.500km nos desertos da Arábia Saudita ao longo de 16 dias.
— Terminamos o Dakar! Realmente não dá pra acreditar. Acho que ainda vai demorar algum tempo pra cair a ficha. Ainda está difícil de falar, de segurar a emoção. Mas conseguimos! Obrigado pelo apoio de todos lá do Brasil, especialmente aos meus amigos e familiares, ao pessoal todo que não parava de mandar mensagens de incentivo. Elas me deram muita força nestes dias — disse, ainda com lágrimas nos olhos e voz embargada, Lucas Moraes.
Além da ótima estreia, Moraes também conquistou outras importantes marcas. Foi o melhor piloto da sua equipe, a Overdrive, foi eleito o melhor novato da competição e o segundo melhor Toyota da edição, ficando atrás somente do carro vencedor.
— Eu dedico esse pódio ao Brasil, aos fãs e não fãs do rally, a tanta gente que torceu por mim somente por ser brasileiro. Muito obrigado a todos! — concluiu.
GUSTAVO GUGELMIN É CAMPEÃO NO OFF-ROAD
Na categoria off-road, o navegador brasileiro Gustavo Gugelmin foi campeão dos Protótipos Leves em parceria com o piloto norte-americano Austin Jones. Gugelmin já havia sido bicampeão na categoria de UTVs de produção preparados para competição em 2018 e em 2022.
— Depois de 9 mil quilômetros chegamos em Damann. Foi um rali duro, muito além do que imaginávamos, com muito frio, muita duna, muita navegação. Precisamos ter muita cabeça, estratégia e consistência. Felizmente, deu tudo certo e nos sagramos mais uma vez campeões do maior rali do mundo. Nosso Can-Am Maverick X3 nos trouxe ao nosso grande objetivo de uma maneira impecável. Foi perfeito até o final, sem problemas sérios que não os inerentes a uma competição dura como essa. Nove mil quilômetros sentados no UTV, numa parceria mais do que satisfatória. Jones e eu estamos muito felizes. Agradeço demais por toda a torcida, a todos que curtem rali e que vibraram com a nossa vitória — comentou o brasileiro.
A equipe de Gugelmin, a Red Bull Can-Am Factory Team emplacou suas quatro duplas da categoria T3 no Top 5, respectivamente, Seth Quintero e Denniz Zenz em segundo, Cristina Gutiérrez Herrero e Pablo Moreno Huete em quarto e Francisco Chaleco López e Juan Pablo Latrach Vinagre em quinto.
Outra atuação brasileira de destaque foi a do piloto Bruno Conti de Oliveira, que, ao lado do navegador português Pedro Bianchi Prata, ficou em sexto lugar na categoria de UTVs. Na categoria dos Quadriciclos, Marcelo Medeiros terminou em nono lugar.