Gianni Infantino continuará sendo presidente da Fifa pelos próximos quatro anos. O advogado suíço, de 52 anos, confirmou novo mandato à frente da entidade nesta quinta-feira (17), quando foi encerrado o prazo para apresentar candidaturas. Como não surgiu nenhuma chapa de oposição, Infantino já assegurou a permanência no cargo até 2026.
O prazo foi esgotado na virada de quarta para quinta, exatamente quatro meses antes do dia da eleição. O pleito está agendado para 16 de março, na cidade de Kigali, em Ruanda. Será o segundo mandato seguido de Infantino, que chegou ao poder em 2015, quando era vice de Joseph Blatter. Ele assumiu como presidente interino assim que o compatriota anunciou sua renúncia.
Em 2016, ele disputou sua primeira eleição contra quatro rivais e levou a melhor. Em 2019, foi reeleito sem enfrentar qualquer oposição, exatamente como agora. Pelas regras da Fifa, ele poderá tentar um novo mandato no futuro, encerrando sua passagem pela presidência da entidade somente em 2031. O salário de Infantino é estimado em US$ 3 milhões por ano (cerca de R$ 16,4 milhões).
A única barreira para o suíço estender sua permanência na Fifa após a Copa do Mundo de 2026, a ser disputada nos Estados Unidos, Canadá e México, é uma investigação liderada por dois procuradores na Suíça. Eles analisam uma série de três reuniões, não registradas oficialmente, entre Infantino e Michael Lauber, procurador-geral do país e responsável pelas investigações dos casos de corrupção na Fifa. Os encontros ocorreram entre 2016 e 2017.
As investigações contam com sigilo, e não há informações disponíveis sobre o estágio da apuração no momento. Mas é possível que o eventual resultado da investigação atrapalhe os planos de longevidade de Infantino na Fifa. O suíço nega qualquer irregularidade nas reuniões com Lauber.
Em seu atual mandato, o presidente promoveu o aumento da reserva financeira da Fifa, que foi ampliada em cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10,9 bilhões na cotação atual). E aproveitou essa folga no orçamento para ajudar confederações e federações pelo mundo durante os momentos mais graves da pandemia de covid-19, quando o calendário do futebol foi paralisado, até mesmo as Eliminatórias da Copa do Mundo do Catar, que começa no domingo (20).
O auxílio geral ampliou a simpatia e o apoio das entidades ao atual presidente, principalmente na África, sua maior base de apoio. O continente, que conta com 54 votos na eleição para presidente, é comandada desde março de 2021 pelo sul-africano Patrice Motsepe, um dos maiores aliados de Infantino.
Mas os últimos quatro anos não foram só de vitórias para o suíço. Seu maior revés foi a ideia de reduzir o ciclo da Copa do Mundo, de quatro para dois anos. Mas o plano de realizar um maior número de edições do Mundial foi bombardeado pela Conmebol e pela Uefa, que ameaçaram um boicote. Infantino acabou recuando da ideia, ao menos temporariamente.
O suíço ainda enfrenta uma relação tensa com as duas entidades, responsáveis pelo futebol sul-americano e europeu, nas quais estão as maiores potências do futebol mundial, tanto em termos de clubes quanto de seleções.