O Brasil está perto de disputar mais um cinturão no Ultimate. A partir das 16h deste sábado (5), no UFC Apex, em Las Vegas, terá início o UFC Fight Night 214.
Está nas mãos da gaúcha Marina Rodriguez, que faz a luta principal do evento, vencer a compatriota Amanda Lemos e encaminhar o title-shot (disputa do título, em inglês) no peso-palha feminino. Aos 35 anos, ela vem de quatro vitórias seguidas no UFC e atualmente ocupa a terceira posição no ranking da categoria.
Em entrevista à GZH, ela fala sobre seu início no mundo das lutas, a preparação para o combate com Amanda Lemos e o sonho de defender o cinturão no Estádio Beira-Rio.
Sabemos que tu nascestes em Bagé, mas foi em Florianópolis que surgiu a oportunidade de ingressar no mundo das lutas. Na prática, quando começou a lutar?
Morei em Bagé até 2006. Nesse tempo, sempre pratiquei todos os esportes possíveis, gostava de competir. Mas foi no ano de 2013, em Florianópolis, que entrei na academia Thai Brasil Floripa do mestre Marcio Malko. Inclusive, toda a equipe daquela época está comigo até hoje, com os mesmos objetivos.
Quase 10 anos depois tu estás a um combate de disputar o cinturão dentro da maior organização de MMA do planeta. Como esse casamento de luta contra a Amanda Lemos aconteceu?
Na verdade não teve muito papo com os matchmakers, nem com o Dana White (presidente do UFC). No entendimento da equipe, já deveríamos estar lutando pelo cinturão. Discutimos até sobre esperar a luta entre Carla Esparza (atual campeã peso-palha) e Zhang Weili, no dia 13 de novembro, mas no fim decidimos continuar na ativa. Se eu vencer a Amanda não existe a possibilidade da organização não me dar a chance de disputar o título. A próxima luta da campeã será contra mim. Vou chegar a cinco vitórias consecutivas, será a maior sequência dentro da divisão.
Me tornando campeã pretendo defender o meu título algumas vezes, até para continuar mostrando para todos que sou a melhor da divisão
MARINA RODRIGUEZ
Como tem sido a preparação para sábado? Podemos dizer que é a luta mais importante da tua carreira até agora?
Todas as lutas são importantes. Cada passo é importante até o cinturão. Estou me sentindo muito confiante e determinada pra essa luta de sábado. É uma nova missão, um novo obstáculo que a organização está me dando. Então, preciso provar que sou merecedora da disputa de título.
Qual a principal mudança que tu percebestes entre a estreia no MMA em 2015 e a chegada no UFC, em 2018?
No UFC me tornei uma atleta remunerada, valorizada. Lutando MMA no Brasil muitas vezes tinha de vender ingresso, tirar dinheiro do próprio bolso para fazer várias coisas. Então, no Ultimate, comecei a ser remunerada da maneira certa, tive segurança para poder mostrar meu trabalho e ser percebida por todos. Hoje, consigo investir na minha profissão e em mim mesma.
Quais são os teus próximos objetivos caso conquiste o título no sábado?
Me tornando campeã, pretendo defender o meu título algumas vezes, até para continuar mostrando para todos que sou a melhor da divisão. Vou fazer com que todos olhem para mim, acredito que vou conseguir chegar em muita gente com a minha palavra e minhas atitudes.
Fabricio Werdum (ex-campeão dos pesados do UFC) desejou, no passado, defender seu título na Arena do Grêmio, algo que acabou não acontecendo. Então, a última pergunta antes de encerrarmos: em caso de título, tu pretendes defender, em algum momento, o cinturão na tua terra, o Rio Grande do Sul?
Eu sempre gostei muito de viajar, conhecer o mundo. Mas, como campeã, até não seria uma má ideia lutar no Rio Grande do Sul, até pelo fato de fazer muito tempo que o Estado não recebe eventos do UFC (o único aconteceu em 2015). Por tudo o que o Rio Grande representa, pelas minhas raízes, eu adoraria lutar aí. Mas só para ficar claro: faço questão de lutar aí, mas só se for no Beira-Rio lotado (risos).