A jogadora de basquete americana Brittney Griner foi transferida para uma colônia penal na Rússia no dia 4 de novembro. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (9) pelos advogados da bicampeã olímpica pelos Estados Unidos, que afirmam desconhecer a localização atual da atleta, bem como o seu "destino final".
Segundo Maria Blagovolina e Alexander Boykov, responsáveis pela defesa de Griner, a Rússia envia as notificações de transferência de detentos por correio, o que pode demorar até duas semanas. O destino dos presos geralmente são regiões mais isoladas do território russo e a viagem é feita por meio de trens especiais, sem possibilidade de comunicação.
Brittney foi condenada no dia 4 de agosto a nove anos de prisão por ter entrado na Rússia com um cigarro eletrônico carregado com óleo de haxixe, um derivado da maconha, no Aeroporto Internacional de Moscovo-Sheremetyevo, em fevereiro. Seus advogados afirmaram que ela recebeu prescrição médica de um remédio contendo cannabis para dor.
A defesa apresentou um recurso pedindo a liberação da atleta, porém, no dia 25 de outubro, o tribunal regional de Moscou decidiu manter a sentença de nove anos, com a pena sendo recalculada levando em consideração o período em que Griner já esteve em prisão preventiva. Com um dia será contado como 1,5 dias de prisão, a estrela do basquete terá que cumprir cerca de oito anos.
A Casa Branca classificou a audiência de apelação como uma "farsa". Em agosto, Moscou declarou estar disposta a discutir uma troca de prisioneiros por Griner. No entanto, as negociações parecem ter parado depois que o governo dos EUA disse que ainda não recebeu uma resposta à sua oferta.
O caso, que gerou repercussões diplomáticas e tensões entre Estados Unidos e Rússia, levou o presidente americano Joe Biden a chamar o veredito de "inaceitável". A esperança de Griner agora repousa sobre um eventual acordo diplomático entre russos e americanos para poder ser libertada.
A trajetória de Griner no basquete
Brittney Griner, 31 anos, foi campeã da WNBA em 2014 pelo Phoenix Mercury e bicampeã olímpica pelos Estados Unidos (nos Jogos do Rio-2016 e EM Tóquio, no ano passado). Ela é a mulher com mais enterradas na história da liga feminina, com 17 na temporada regular, cinco no All-Star Game e uma vez nos playoffs.
Mesmo sendo considerada uma das maiores jogadoras da história, a atleta estava no país para participar da temporada russa de basquete, pelo UMMC Ekaterinburg. É comum que jogadoras americanas participem de outras ligas durante a intertemporada da WNBA. Isso acontece, principalmente, pelos baixos salários.
Enquanto estrelas do basquete masculino, como Stephen Curry, LeBron James e Kevin Durant, ganham cerca de US$ 40 milhões (cerca de R$ 206 milhões) por ano, o teto da liga feminina fica em torno de US$ 228 mil (R$ 1,1 milhão) por temporada.