O contrato da Juventus com Cristiano Ronaldo, encerrado em agosto deste ano, quando o português foi para o Manchester United, está sendo analisado em uma investigação promovida pelo Ministério Público da Itália para apurar fraudes fiscais e irregularidades financeiras cometidas pelo clube de Turim. Segundo a agência de notícias Ansa, o craque não é alvo da operação, mas há suspeitas a respeito das relações econômicas da Juve com ele.
Uma interceptação telefônica feita pelas autoridades flagrou um dirigente não identificado falando sobre "um documento famoso que, em teoria, não deveria existir", em conversa na qual a remuneração de Ronaldo teria sido citada. Negociações de jogadores sub-23, como o empréstimo do brasileiro Matheus Pereira ao Barcelona, também estão na mira do inquérito.
Um operação de busca e apreensão foi realizada pela Guarda de Finanças italiana nos escritórios da Juventus na última sexta-feira. Documentos relativos ao período entre 2019 e 2021 foram confiscados para apurar crimes de falsa comunicação corporativa e emissão de notas fiscais para operações falsas.
Nomes importantes do clube, como o ex-meia Pavel Nedved, hoje vice-presidente juventino, são investigados. Também estão na lista o presidente Andrea Agnelli e o ex-diretor esportivo Fabio Paratici, atualmente dirigente do Tottenham.
De acordo com informações do jornal "Gazetta dello Sport", os cartolas teriam aumentado valores de forma fraudulenta, o que gerou ganhos de capital de até 282 milhões de euros (R$ 1,79 bilhão). Ao todo, 62 duas transferências realizadas pelo clube estão na mira das investigações, iniciadas ainda em maio. A Juventus ainda não se posicionou sobre o assunto.