O técnico Tite manteve o mistério em torno de quem serão os titulares da Seleção Brasileira diante da Argentina, em confronto pelas Eliminatórias da Copa do Mundo-2022. Contudo, em entrevista coletiva neste sábado (4), o comandante projetou ajustes ofensivos e, em um momento de irreverência, comparou o o desafio do treinador ao de um chefe de gastronomia.
— Às vezes assisto programa de gastronomia e acho que é uma analogia boa. Primeiro, você faz a parte do bolo, depois o recheio, daí progride para parte do glacê e vai construindo. É um pouco assim que se faz futebol. Gostaria que esse processo fosse apressado, mas precisa do processo todo, de desenvolvimento para atingir a plenitude. Da criação, do gol, da consistência defensiva, da vitória, da beleza que é a cereja do bolo. Que é o pontinho final — declarou.
Aos seus olhos, Brasil e Argentina tem um gosto especial.
— Não adianta usar der hipocrisia. É inevitável dizer que o jogo tem conotação diferente. A gente só rivaliza com quem admira. São jogos assim, como quando em clubes contra Boca, River, Estudiantes, San Lorenzo, Racing... fica outra atmosfera. Mas o que não podemos é jogar o jogo antes, temos absorver energia, ter serenidade, equilíbrio, discernimento. É um jogo emocional que mobiliza, que provoca perguntas, mas essa ponderação é fundamental disse.
O treinador falou sobre as variações que Gabigol vem tendo em campo.
— Fiz anotação sobre Gabigol e escrevi liberdade. Acompanhamos Gabi no Flamengo, no Santos, nos enfrentamentos. Precisa de espaço de movimentação, se for só o pivô, vou retirar características melhores. Vai ter técnico que quer que ele faça o que não faz de melhor. Essa liberdade de movimentação eu dou. No Santos a origem foi de externo, para ter esses movimentos todos de liberdade de movimentação. Não é campo todo, é centro direita, onde se sente melhor. A partir daí sim, ter presença de área — declarou.
O treinador não escondeu que o fato de atuar na Neo Química Arena traz um grande alento. De acordo com ele, "o futebol fala mais alto".
— Primeiro, o espetáculo vai ficar muito melhor. Eu asistia a um jogo no Maracanã aí um repórter captou uma conversa na qual um jogador dizia para o técnico: "o campo está ruim, não dára a gente sair jogando, necessita de dois ou três passes". Como vai conseguir articulação de velocidade com olho na bola? Todos atletas querem um bom jogo, bom gramado para ter velocidade — disse.