Hugo Calderano foi apresentado pelo Fakel Gazprom Orenburg, da Rússia, mas continuará morando em Ochsenhausen, na Alemanha, onde mantém sua base de treinamentos. A mudança de clube vai possibilitar que mesa-tenista possa ter um calendário menos corrido, pois não precisará mais competir na Bundesliga de tênis de mesa.
— Eu vou continuar morando em Ochsenhausen e minha rotina vai continuar parecida, mas pelo fato de ter menos jogos, vou ter mais liberdade no meu calendário e mais tempo para treinar e participar de competições internacionais. Essa mudança vai me dar mais liberdade para escolher, pois a Bundesliga tem muitos jogos — comentou.
Um dos grandes objetivos do mesa-tenista brasileiro é participar da Liga Chinesa, considerado o torneio mais forte do mundo porque está com os melhores atletas do país que é a maior potência da modalidade.
— Poucos atletas não chineses já participaram lá, mas eles têm aberto as portas nos últimos anos. Já me falaram que as portas estão abertas para mim — disse.
Ele tem esse projeto, mas garante que até para ele é um mistério. Então decidiu estudar chinês por conta própria.
— Comecei a estudar chinês há um ano, eu estudo sozinho. Consigo me comunicar e ter uma conversa legal, mas a pessoa precisa falar devagar. O técnico principal aqui é chinês, a gente conversa bastante, e aproveito para aprimorar meu chinês — afirmou:
— Se eu conseguir falar chinês fluentemente, isso pode abrir muitas portas na minha carreira, até jogar na Liga Chinesa. Ela é realizada em no máximo um mês se não me engano, então não precisaria morar lá, iria só para participar — continuou o atleta, lembrando que o fato de estar no top 10 do mundo pode facilitar sua presença lá.
A fase do brasileiro é muito boa. Recentemente, ele conquistou o WTT Star Contender Doha, título mais expressivo até aqui na sua carreira, e alcançou a inédita 5ª posição no ranking mundial, a melhor colocação de um latino-americano na história.
— Acredito bastante que posso chegar perto do nível dos chineses. O mais importante é conseguir ganhar deles nas competições importantes. Não preciso necessariamente ser o número 1, mas quero ganhar dos chineses nos Jogos Olímpicos.
Aos 25 anos, ele garante que sua eliminação nos Jogos de Tóquio nas quartas de final ficou no passado, apesar de ter sido a melhor campanha individual da história do Brasil no tênis de mesa.
— Foi bem difícil minha derrota em Tóquio, mas isso me deu mais motivação ainda. Fiquei com vontade de voltar mais forte. Sabia que precisava recuperar as energias e consegui separar isso muito bem — revelou.
Ele se mostra bastante otimista em relação à sua próxima temporada. Sua nova equipe é favorita na disputa da Liga dos Campeões.
— Nossa equipe é muito forte, mas estou há bastante tempo no top 10 e sei lidar com essa pressão por resultados. Tem outros grandes atletas e temos tudo para fazer uma boa campanha — comentou.
Calderano sabe que o ciclo até os Jogos de Paris é mais curto e ele já vislumbra melhorar sua marca e brigar por medalhas na Olimpíada.
— Tenho os pés no chão, sei do que sou capaz, mas ao mesmo tempo quero buscar cada vez mais, não estou nem um pouco satisfeito. Meu objetivo é conseguir uma medalha em Paris — disse o mesa-tenista, que fica feliz por ver a modalidade sendo reconhecida:
— É legal ajudar a aumentar a popularidade do tênis de mesa no Brasil. Mostra que a gente está no caminho certo e acredito que posso ir mais além.