A classificação do Santa Cruz às semifinais da Terceirona pode até não ter sido emocionante no placar (venceu por 2 a 0 na ida e na volta), mas para um jogador, foi inesquecível. David, volante de 25 anos, fez o primeiro gol de sua carreira neste jogo, diante do Novo Horizonte.
E a estreia dele naquela parte da súmula veio meio ano depois de ter conquistado a Copa FGF (Ibsen Pinheiro). Naquela época, além de roubar bolas e dar passes no meio-campo, dividia o futebol com a colheita de melancias, sendo, inclusive, personagem de uma reportagem de GZH sobre o título do Santa Cruz, que valeu vaga na Recopa Gaúcha e na Copa do Brasil.
No dia seguinte ao gol histórico, ele conversou com GZH.
Como foi o gol?
Foi uma jogada trabalhada no meio-campo, a bola foi para o Nena (centroavante) que fez um corta-luz, eu entrei cara a cara com o goleiro, chutei e balancei as redes.
E a sensação de fazer um gol?
A emoção foi muito grande em ter marcado meu primeiro gol profissional. Já são nove anos de carreira e o tão sonhado gol veio nesse momento importante para nossa equipe.
Como foi a reação dos colegas do grupo? Algum sabia que era o primeiro?
Ficaram felizes por eu ter marcado. Eles sabiam que era o primeiro, por isso teve muita zoação.
No início do ano, mostramos aquela tua história, com as melancias. Como é fazer um gol depois de tudo aquilo? Vem na tua cabeça isso?
Muitas vezes, penso em desistir e largar tudo, jogar no Interior é difícil, os clubes têm mais dificuldades, e com a pandemia o que já era complicado, ficou pior. O trabalho na lavoura foi o que gerou sustento para mim. Mas passar por tudo isso me deixa mais forte e mais agradecido por tudo que tenho e venho conquistando. Fazer o gol é o momento que todos buscam. Ver que meus filhos, esposa e toda a família tiveram orgulho de mim é o mais gratificante.