As seleções nacionais poderão ter problemas para definir suas listas de convocados para a próxima data Fifa, prevista para o final deste mês. Alguns técnicos de clubes da Inglaterra, como o alemão Jurgen Klopp, do Liverpool, e o norueguês Ole Gunnar Solskjaer, do Manchester United, já se manifestaram contrários à liberações de jogadores por causa do período de quarentena ao qual eles seriam submetidos obrigatoriamente na volta ao país devido à pandemia de coronavírus.
— Todo mundo está de acordo que não podemos deixar os jogadores irem com as seleções e na volta terem de cumprir uma quarentena de 10 dias em um hotel. Isso não pode acontecer. A Fifa foi muito clara ao dizer que não temos que deixar os atletas irem desta vez e acredito que todos os clubes estão de acordo com esse problema — afirmou Klopp.
Só no Liverpool, por exemplo, o técnico Tite teria três desfalques para a Seleção Brasileira. São os casos do goleiro Alisson, do volante Fabinho e do atacante Roberto Firmino. De acordo com a CBF, o Brasil tem que entregar a sua lista de convocados para os próximos jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022 até este domingo (7). A apresentação está prevista para o dia 22 e, a princípio, o time enfrenta a Colômbia, em Barranquilla, no dia 26, e a Argentina, no Recife, no dia 30.
— Entendo as necessidades das federações, mas temos que admitir que os clubes são os que pagam os jogadores e têm prioridade. É um momento em que não podemos atender a todo mundo — completou Klopp.
No caso de Solskjaer, a liberação não seria nem para países mais próximos da Inglaterra. O norueguês indicou que não vai liberar o meia Bruno Fernandes, principal destaque do Manchester United, para defender a seleção de Portugal nos primeiros compromissos pelas Eliminatórias Europeias para o Mundial do Catar.
— Não sentamos ainda e nem tomamos uma decisão, mas não faz sentido se você perder um jogador durante 10 dias de isolamento. Somos nós que pagamos os jogadores e, no meu entendimento, a Fifa deu regras que não precisam ser publicadas. Então acredito que será uma decisão difícil liberar os jogadores em países em situação difícil em relação à covid-19 — declarou o treinador.