
O atacante brasileiro Júnior Negão, do Ulsan Hyundai, marcou dois gols na vitória por 4 a 0 sobre o Sangju Sangmu, na rodada de abertura da K-League, a primeira divisão da Coreia do Sul, no último sábado (9). O país foi um dos que combateram com mais eficiência a pandemia de covid-19 e conseguiu fazer com que o futebol voltasse.
Júnior Negão concedeu entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, na noite desta terça-feira (12). Ele contou que, de máscaras e distantes uns dos outros até a hora de a bola rolar, os jogadores precisarão se adaptar aos cuidados do momento.
— Foi estranho, esquisito. Primeiro jogar com portões fechados, já começa por aí, que não é a mesma coisa. Recomendações antes do jogo também chamaram atenção. Não pode abraçar, não pode cumprimentar dando a mão, evitar cuspir no gramado — conta Júnior, que teve sua temperatura corporal medida ao chegar ao estádio.
— Foram medidas bem rígidas e que foram cumpridas à risca. Acho que este é o novo normal para o futebol mundial — acrescentou.
Desde 2017 no futebol coreano, Negão só entende as palavras do idioma que se referem a comandos usados durante a partida. A diferença linguística, no entanto, não impede que ele saiba o que foi essencial para que o país desse a volta por cima.
— Assim que foram feitas as recomendações para ficar em casa, você não via ninguém na rua. A indústria também fechou. Isso se refletiu no número de casos e mostra como foi efetivo — analisa.
O sistema de saúde da Coreia do Sul rastreou os pacientes diagnosticados através de aplicativo de celular. Diariamente, Júnior Negão e os coreanos recebiam informes nos celulares com localizações frequentadas por pessoas com o coronavírus. Caso tivesse passado por algum desses lugares, Júnior deveria se apresentar em uma unidade de triagem para ser testado. A estratégia do país era baseada em ampla oferta de testagem.
— É importante frisar também o esforço da federação coreana para que o futebol voltasse. Dez dias antes, exigiram que todos jogadores, comissões e dirigentes de todos os clubes das duas divisões fizessem testes. E só depois que todos deram negativo que confirmaram que a liga iria começar — contou o atacante.
Na comemoração do último sábado, Júnior mostrou uma camiseta por baixo do uniforme que dizia "Força, Brasil". Baiano com raízes em Manaus, o jogador lamentou a situação que o Estado do Amazonas enfrenta.
— A Coreia também já passou pelo pico e dificuldades, guardando as proporções. O jeito que os coreanos agiram nos momentos mais difíceis foi comprovadamente efetivo. Este é o principal remédio — declarou, desejando que as coisas melhorem no país natal.