O Gauchão tem histórico de revelar jogadores que se tornaram craques mundo afora. Nem sempre eles vestem a camisa da dupla Gre-Nal no principal campeonato de futebol do Estado. Na semana de estreia do Estadual deste ano, GaúchaZH apresenta uma série de reportagens batizada de Sementes do Gauchão. A seguir, uma seleção de cinco promessas de clubes com tradição em torneios de base no Rio Grande do Sul e no Brasil.
Marcelo, 21 anos, lateral-esquerdo do São José-POA
Uma das promessas do São José para a disputa do Gauchão é o lateral-esquerdo Marcelo, 21 anos. Mesmo jovem, o jogador já pode ser considerado experiente no campeonato. Esta será a quarta vez que ele entrará em campo pela competição. Em 2019, inclusive, chegou a marcar um bonito gol contra o Avenida.
Com passagens pelas categorias de base do Grêmio e do Inter, Marcelo enxerga o Gauchão como uma oportunidade de enfrentar grandes equipes e ter o trabalho reconhecido. E não será por falta de inspiração que o lateral deixará de conquistar esse objetivo. O atleta é fã de outro Marcelo, o que joga no Real Madrid, e se espelha no craque para se destacar na carreira.
Qual a expectativa para a disputa do Gauchão?
Para mim, é uma experiência muito boa. É a chance de enfrentar grandes clubes como o Inter e o Grêmio. Tenho o objetivo de mostrar o meu trabalho contra essas grandes equipes e espero fazer um bom campeonato. O São José está com novo treinador, o Leocir Dall'Astra, que dá muita moral para a gente e confia nos jogadores.
Em quem você se inspira?
A minha inspiração é o Marcelo, o meu xará que joga no Real Madrid. Ele é muito profissional. Eu o sigo nas redes sociais e me inspiro vendo-o jogar, porque ele tem muita qualidade. Espero um dia chegar no patamar dele.
Qual a sensação de marcar um gol no Gauchão?
Eu marquei um gol no ano passado. Foi em um jogo bem difícil contra o Avenida, e espero em 2020 fazer mais, porque é sempre bom. O Gauchão é um campeonato mais disputado, com um jogo mais aguerrido. Os jogadores parecem que dão um algo a mais. Todas as equipes são bem fortes fisicamente.
Vidaletti, 22 anos, volante do Caxias
Natural de Soledade, o volante Vidaletti, 22 anos, vai disputar o Gauchão pela primeira vez. O atleta iniciou a carreira no futebol catarinense. Revelado no Criciúma, também teve passagens por Marcílio Dias e Jaraguá. Antes de chegar ao Caxias, o jogador teve uma boa participação na Copa Seu Verardi pelo Gaúcho, de Passo Fundo, atuando contra o atual clube nas quartas de final da competição.
O sonho de ser jogador de futebol vem desde os oitos anos de idade e a ligação com o esporte é partilhada em família. O irmão, Diego, chegou a atuar como goleiro de futebol de salão. Para Vidaletti, o Caxias tem condições de fazer um bom Gauchão e quem sabe sonhar com o título. A estreia será contra o Grêmio, na Arena.
O que espera do Gauchão?
Eu sinto que pode ser o divisor de águas na minha carreira. É um passo gigante que eu posso dar, mas tenho que trabalhar forte para isso. Não é só falar aqui. Como grupo, a gente vai buscar no mínimo competir de igual para igual. Depois podemos pensar em ser campeão do Interior. Quem sabe campeão do Gauchão mesmo. O Caxias tem uma mescla boa entre jogadores jovens e experientes. Isso é muito importante para jogarmos com tranquilidade e desempenhar o nosso melhor futebol.
Como começou no futebol?
A gente começa com um sonho de criança. Foi na escolinha, com oito anos. Quando a gente vê que tem condição de se tornar profissional, aí o sonho se realiza. Hoje, graças a Deus é uma realidade. A maior parte da minha carreira eu joguei em Santa Catarina. Foram seis anos. Fui revelado pelo Criciúma e lá tive uma boa trajetória. Agora estou muito feliz no Caxias.
Tem alguma inspiração?
O meu irmão Diego sempre foi muito presente na minha trajetória. Ele jogou também. A nossa família é bem tradicional. Ele era goleiro de futebol de salão, mas acharam melhor ele ir estudar. Então, o sonho que ele tinha, eu acredito que realizou quando eu me tornei jogador. Ele sempre foi uma referência e me acompanha até hoje. É o meu assessor em todos os assuntos.
Odivan, 21 anos, zagueiro do Juventude
Prestes a disputar o Gauchão pela primeira vez como profissional, o zagueiro do Odivan, 21 anos, espera que o Juventude consiga desempenhar um bom papel ao longo da competição. Mesmo ciente da dificuldade que será encontrada no campeonato, o jovem ressalta o desejo de levar a equipe à final do torneio.
Odivan está no clube caxiense desde os 13 anos de idade, quando veio do Paraná na busca por uma oportunidade melhor no futebol. Além da admiração que o pai do atleta tinha pelo Juventude, por conta das boas campanhas da equipe na Série A do Brasileirão, o histórico do clube na formação de novos talentos também pesou na hora da decisão.
O que o Gauchão representa para a sua carreira?
Vai ser o meu primeiro Gauchão como profissional. Estou muito motivado para essa oportunidade. Espero desempenhar um bom papel e crescer dentro da competição. O campeonato representa muita coisa. Todo o sacrifício que eu passei para estar nesse momento, tudo o que o meu pai e a minha mãe fizeram para eu chegar aqui. Então, quero dar o meu máximo e representar a minha cidade e os treinadores que me fizeram evoluir.
Como foi o início da sua carreira?
Eu comecei em uma escolinha na minha cidade, Nova Prata do Iguaçu, no Paraná. Isso com oito anos de idade. Joguei as competições que tinham na região e acabei vindo para o Juventude em 2012, ainda na categoria sub-13. Como eu tinha apenas 13 anos, meus pais acabaram se mudando também para Caxias do Sul. Eles ficaram comigo até eu ter idade para ser alojado.
Por que a escolha pelo Juventude?
O Juventude foi um clube que meu pai se identificou, pelos anos que esteve na Série A do Brasileirão. Pesquisando um pouco, a gente viu que era um clube com excelência na formação de atletas. Sendo assim, tivemos a ideia de vir para cá desempenhar o futebol e evoluir dentro e fora de campo, algo que é muito trabalhado aqui. Espero consolidar a minha carreira no clube e jogar com o Alfredo Jaconi lotado, sentindo a energia da torcida, que é fantástica.
Busanello, 21 anos, lateral-esquerdo do Pelotas
O lateral-esquerdo Busanello, 21 anos, não quer perder a chance de se destacar no Gauchão. O jogador do Pelotas começou a carreira no futebol no União Frederiquense, no ano de 2013. Após ter um bom desempenho nas categorias de base, o atleta foi alçado ao profissional dois anos depois.
Antes de chegar à equipe da zona sul do Estado, Busanello chegou a ter uma passagem pela Chapecoense. O atleta iniciou a carreira como volante, até que foi fixado na lateral por ser um jogador de força física. O jogador espera contar com o apoio da fanática torcida do Pelotas para que a equipe consiga ter um bom desempenho no Gauchão deste ano.
Qual a expectativa para o Gauchão?
Espero fazer um campeonato bom, ter uma visibilidade boa. O clube me deu a oportunidade de jogar um campeonato desse patamar, e eu tenho que agarrar com todas as forças. O objetivo é fazer um bom campeonato e almejar coisas maiores. A gente sabe que terá dificuldade, mas o elenco tem vários jogadores rodados, que estão sempre ajudando. Estamos focados, treinado forte para não termos nenhuma adversidade durante a competição.
Como foi o início no futebol?
Eu comecei nas escolinhas da União Frederiquense, em 2013. A gente sempre tem um sonho, de querer jogar futebol, mas sabe que é difícil. Tem bastante concorrência. Em 2015, subi para o profissional no segundo semestre. Foi bem emocionante. Era o que eu sempre quis, estar jogando no profissional.
Sempre contou com o apoio da família?
Sempre tive, desde pequeno. Do meu pai, do meu avô. Meu avô Valderi faleceu faz dois anos. Ele que sempre me levava aos treinos e sempre me apoiou. Ele sempre me incentivou. O meu avô cuidava do campo, me xingava. Ele era um cara fora de série. Ele e a minha avó, a dona Neca, sempre me incentivaram. Depois, com a passagem pela Chapecoense, todo mundo continuava me apoiando.
Cristian, 20 anos, atacante do Brasil-Pel
O atacante Cristian, 20 anos, está desde 2017 no Brasil-Pel. Neste período, o momento mais marcante foi o gol que deu os três pontos na partida contra o Vitória, da Bahia, na Série B do Brasileirão do ano passado. Na ocasião, a mãe do jovem, que estava na arquibancada do Estádio Bento Freitas, chegou a passar mal por causa da emoção.
Cristian iniciou no futebol de salão, até que convenceu os pais a ir para o futebol de campo. Antes de chegar no Brasil-Pel, o atleta estava no Passo Fundo. O objetivo agora é desempenhar um bom papel na disputa do Gauchão. E o jogador não espera encontrar facilidade durante o campeonato.
Está preparado para o Gauchão?
Estou preparado. Estou treinando forte. É meu segundo ano de profissional agora. Venho com a cabeça um pouco mudada, mais experiente. E o grupo todo, principalmente os que estão há mais tempo aqui, fala que é para ter calma, fazer o que eu sei fazer. Dentro de campo vai dar tudo certo. O objetivo é fazer um belo Gauchão.
Como foi o início no futebol?
Eu sou de Passo Fundo. Aos quatro anos de idade, eu comecei no futebol de salão, na minha cidade. Aos sete, eu implorei aos meus pais para ir jogar no campo. Queria sair do futebol de salão. Fui para o Esporte Clube Passo Fundo e fiz a base inteira lá. Cheguei treinar algumas vezes com o profissional. Cheguei no Brasil em julho de 2017 e em janeiro de 2019 subi para o profissional.
Como foi marcar um gol no Bento Freitas?
Para mim, foi uma emoção muito grande. Foi em um jogo (válido pela Série B do Brasileirão) contra um time grande também. O Vitória é um time grande. No momento que eu fiz o gol, fui para a linha de fundo e olhei para os meus pais. Eles estavam na arquibancada chorando, se abraçando. Não aguentei a emoção e chorei junto. Minha mãe chegou a ter uma queda de pressão. Até ficou uns dias no hospital por causa do gol, por causa da emoção, mas graças a Deus agora está bem.