O vencedor da 16ª edição da Travessia Torres Tramandaí (TTT) foi Felipe Costa da Silva, de 31 anos. O catarinense completou os 82 quilômetros de prova em seis horas e 16 minutos. Felipe havia sido campeão do circuito no ano passando, quando completou o percurso em cinco horas e 49 minutos.
Já entre as mulheres, o lugar mais alto do pódio ficou com Elisete Silva, 43, que completou o percurso em sete horas e 27 minutos. Na última edição, a vencedora foi Roberta Nozari, que finalizou a prova em sete horas e 43 minutos.
A prova teve a largada em Torres, por volta das 6h deste sábado (25), e a chegada ocorreu na barra de Imbé, onde uma equipe de profissionais aguardava os atletas. Na competição de duplas, o primeiro lugar ficou com os gaúchos Alex de Carli e Carlos Eduardo Weber. A prova ainda está em andamento.
— Neste ano, o chão estava mais pesado. Na primeira metade da prova, pegamos vários trechos com a areia muito molhada, afundava o pé. E isso fez com que eu segurasse meu ritmo para ter uma reserva para o final. Nenhum momento eu me arrisquei, senti um cansaço bem grande.
O segredo do corredor descalço
Descalço. É dessa forma que o atleta Jacks Morgado Sobrinho, 57 anos, correu os 82 quilômetros que separam Torres da barra do Rio Tramandaí, em Imbé, na já tradicional Travessia Torres Tramandaí, a TTT. Natural de São Paulo e radicado em Florianópolis, o profissional de jiu-jítsu está em sua terceira TTT consecutiva. E sem tênis.
Apesar de colecionar mais de 30 maratonas no currículo, 25 ultras (percursos acima de 50 quilômetros) e sete superultras (acima de cem quilômetros de distância), a TTT ainda é desafiadora para o corredor.
— A maior dificuldade é olhar na linha reta e não ver o fim — diz. — Depois, mais para frente, também há dificuldade nos trechos de areia fofa — completa.
Chamariz de olhares por conta da ausência do item básico dos corredores, o tênis, ele conta que o hábito surgiu na sua primeira corrida, há cerca de seis anos e meio. Era um percurso curto, de 10 quilômetros. Só que, na metade do trecho, sua perna começou a formigar.
Nem pensou: arrancou o calçado e completou a prova descalço. Desde então, só pratica a atividade assim.
Nesses anos, desenvolveu estratégias para não se queimar no asfalto e nem na areia:
— Na pista, é só ir pela faixa (pintada) que é fria.
E ele garante que a forma como corre, sem encostar os calcanhares no solo, não cansa e provoca menos lesões. Contudo, é preciso ter treino e técnica.
Praticando para a TTT desde outubro do ano passado, ele pretende cumprir a prova em cerca de 10 horas. Como se define como atleta de resistência, não de velocidade, deve alcançar Imbé por volta das 16h.
Esta é a 16ª edição da TTT e conta com três mil corredores. A largada solo ocorreu em Torres, às 6h. Duplas saíram às 6h30min, quartetos, às 7h, e octetos às 7h30min. Em paralelo à travessia, uma corrida recreativa, chamada trote, aconteceu às 11h. Ela foi do Farol de Capão da Canoa até a Plataforma de Atlântida.