Ronaldo Jacaré será protagonista no sábado (16). No Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, o capixaba de 39 anos volta a fazer uma luta principal ao encarar Jan Blachowicz na sua primeira luta entre os meio-pesados do UFC. Com três derrotas nos últimos cinco combates, o brasileiro decidiu pular dos 84 quilos para os 93 e competir em uma categoria que tem apresentado deficiência de talentos abaixo do campeão Jon Jones nos últimos anos.
Em entrevista ao GaúchaZH, Jacaré falou sobre a sequência recente, a expectativa para a luta de sábado e o movimento de subida de categoria.
Derrota na última luta
"São coisas que acontecem. Na minha última luta contra o Jack Hermansson, ele entrou com uma estratégia muito boa, sem nenhuma pressão e estava em um bom dia. É assim que eu penso. Eu acredito que eu que deveria ter tentado usar meu chão e não usei, e isso me deixou bastante chateado. Mas isso são águas passadas, estou olhando para frente agora."
Subida de categoria
"Já era algo que todo mundo falava. O meu médico já havia falado que seria bom se eu lutasse na categoria de cima. O Distak, meu treinador, sempre pediu que eu lutasse entre os meio-pesados. Quando eu decidi que ia subir, todo o meu time, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, disse que seria muito bom. E essa luta surgiu. Não sei o que vai acontecer daqui para frente, mas estou em um momento físico muito bom, melhor do que imaginava. Estou focando única e exclusivamente nessa luta. Não sei se vou seguir nos meio-pesados ou não, é tudo muito novo. Subi de peso, vou enfrentar um cara duro em uma luta principal. Estou surfando nessa onda. Estou feliz, focado, determinado e só pensando em vencer. Depois, vejo o que vou fazer da minha vida."
Preparação e Blachowicz
"Eu estou treinando muito duro para essa luta. Sinto que venho em uma evolução física muito boa e acredito que vou surpreender e vencer bem. O Blachowicz é um adversário duro, tem grande poder de nocaute. Vou respeitar, mas ele também precisa respeitar as minhas habilidades. Só sabemos como será a luta quando entrarmos no octógono. Ele vai tentar manter a distância e não deixar a luta ir para o chão, mas vamos ver o que vai acontecer lá na hora."
Fazer a luta principal do UFC SP
"Aconteceu tudo muito rápido. Eles me ofereceram vários nomes ainda no peso médio, mas nenhum chamava a minha atenção. Eu e minha equipe já estávamos conversando sobre essa subida para a categoria de cima, então resolvi falar para o meu empresário que toparia uma luta nos meio-pesados. Aí, logo surgiu o Blachowicz e eu topei. Eu não estou pensando em ser protagonista do evento, penso em vencer. Acredito que ser chamado para fazer a luta principal no Brasil contra um adversário forte mostra a confiança que o UFC tem em mim. Estão me dando uma oportunidade de aparecer, de me mostrar. Estou muito feliz por isso e muito feliz de lutar em casa."
Outros atletas que subiram de categoria
"Muitos atletas vêm fazendo esse movimento. Muitos subiram, falaram demais e não se deram bem. É uma categoria diferente, são atletas diferentes. O Marreta e o Anthony Smith se deram bem, mas outros não. Então eu tenho que chegar lá e fazer o meu trabalho. Eu assisti às lutas do (Chris) Weidman e do (Luke) Rockhold – acho que o que faltou ali foi analisar o estilo do adversário e casar a estratégia da forma correta. É o que penso em fazer. Chegar lá e colocar meu jogo em prática."
Próximos passos
"Eu só penso nessa luta. Acho que uma vitória me deixa bem na cara do gol para disputar o cinturão da divisão, como sempre estive na categoria dos médios. Mas meu foco agora está totalmente no Blachowicz. Tenho que vencer, depois eu penso. Primeiro preciso trabalhar, para depois falar."