Uma medalha histórica para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos nesta sexta-feira (2) em Lima. O carioca Ygor Coelho, 22 anos, conquistou o ouro no torneio individual do badminton masculino. Na decisão, realizada no Polideportivo 1, no Centro de Alto Rendimento de La Videna, ele derrotou o canadense Brian Yang, por 21/19 e 21/10, em 32 minutos de jogo.
Esta foi a primeira medalha de ouro do Brasil em um chave de simples no Pan. Antes, o melhor resultado era o bronze de Daniel Paiola, em Guadalajara-2011. O badminton brasileiro tem outras duas pratas, com Hugo Arthuso/Daniel Paiola e as irmãs Lohaynny e Luana Vicente, nas duplas em Toronto-2015.
A partida começou bastante disputada, com os dois jogadores se alternando na marcação de pontos e na liderança, com ligeira vantagem para o brasileiro que abriu 15/12. O canadense chegou a esboçar uma reação em 19/19, mas Ygor Coelho prevaleceu na reta final e fechou a primeira parcial em 21/19, depois de 16 minutos, levantando a torcida brasileira que dividia as arquibancadas com a canadense, que já havia comemorado dois ouros nas duplas masculina e feminina e que ainda aguardava as finais de simples feminino e duplas mistas, apenas com a presença de atletas do Canadá.
Na segunda parcial, o quadro não se alterou e Ygor Coelho manteve o controle do marcador, abrindo 5/2. Com domínio do jogo, Ygor chegou ao tempo técnico com seis pontos de vantagem (11/5). Quando o brasileiro, 59ª do mundo, chegou ao match point (20/10) a torcida explodiu aos gritos de "é campeão".
Bicampeão do campeonato pan-americano (2017-2018) e medalhista de ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2018, Ygor é oriundo da Comunidade da Chacrinha, uma das favelas localizadas em uma das zonas mais conflagradas do Rio de Janeiro, entre as comunidades do Tanque e da Praça Seca, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio.
Seu início no esporte se deu através da Associação Miratus, criada por Sebastião Dias de Oliveira, pai de Ygor, que desejava um espaço para educação, lazer e esporte para os meninos e meninas de sua região.
— Essa vitória representa o seguinte: se eu consegui sair da Cacrinha, morar em outro país, aprender inglês e outras culturas, por que outras pessoas não podem sonhar em conseguir? Sou um exemplo de que quem trabalha, conquista — disse Ygor Coelho para a reportagem de GaúchaZH.