Um dos esportes mais fortes do Brasil na história dos Jogos Pan-Americanos, a natação não decepcionou e nos proporcionou seis medalhas, nesta sexta-feira, o quarto e penúltimo dia do esporte na edição de Lima. O destaque ficou por conta dos ouros nos 50m livre feminino (com Etiene Medeiros) e masculino (Bruno Fratus). O terceiro ouro veio do revezamento 4x200m livre, com Fernando Scheffer, Breno Correia, Luiz Altamir e João de Lucca.
Além deles, Léo Santos ficou com prata e Brandonn Almeida com o bronze na mesma prova: 400m medley (ou seja, quatro estilos). Depois, o Brasil faturou o bronze no revezamento 4x200m livre feminino. A equipe que ficou em terceiro é formada por Manuella Lyrio, Larissa Oliveira, Gabrielle Roncatto e Aline Rodrigues.
Etiene: a primeira a nadar
Logo na prova que abriu as decisões, a pernambucana Etiene Medeiros fez os 50m livre em 24,88 segundos, repetiu o ouro do Pan de 2015 e conquistou a quarta medalha dela neste Pan: os outros foram bronze nos 100m costas e prata nos 4x100m livre e 4x100m livre misto. Nos Jogos de 2015, em Toronto, foram outras quatro medalhas. A prata e o bronze ficaram com os EUA (Margo Geer, 25.03, e Madison Kennedy, 25.14). Aos 28 anos, ela quer voos maiores na carreira, mas, antes, pediu oportunidades iguais para homens e mulheres no esporte.
— Lima está sendo uma superação para mim, porque vim do Mundial e foi difícil me adaptar ao fuso e encarar o frio. Isso faz diferença no nosso rendimento. Ainda assim, fiz um tempo melhor que no Mundial e estou bem de voltar para a casa dos 24 segundos — comentou Etiene, que é a recordista mundial dos 50 metros costas (25s67). Nesta mesma prova, Lorrane Ferreira terminou na quarta posição, com o tempo de 25.52, empatada com a canadense Kyla Leibel.
Fratus repete a dose
Na versão masculina da prova, Bruno Fratus, o principal nadador do Brasil na atualidade, conseguiu o seu primeiro ouro individual em Pans com o tempo de 21s61. Além dessa, ele tem outras seis medalhas na história da competição: três em Guadalajara, em 2011, dois em Toronto, em 2015 e ouro no revezamento 4x100m livre masculino, na última quarta-feira.
Assim como aconteceu com Etiene, a prata e a bronze ficaram com os EUA (Nathan Adrian, 21.87, prata, e Michael Chadwick 21.99). O brasileiro Pedro Spajari terminou na quinta posição, com o tempo de 22.27. Após o ouro, ele destacou a conquista e afirmou que estava "devendo" isso para o torcedor, afinal, foi prata nesta prova nos Pans de 2011 e 2015.
— É difícil explicar o que é a cabeça de um competidor. Há uma insatisfação constante, uma obsessão. Estava devendo esse ouro dos 50m livre. A competição tem sido pesada, vindo do Mundial e de uma cirurgia há um ano. Confesso que agora estou ansioso para dar uma descansada de duas semanas — destacou Fratus.
Mais medalhas...recorde?
Após os dois ouros, que abriram a sexta-feira, o Brasil mandou competidor para todas as finais. Primeiro, nos 400m medley feminino, Fernanda Goelj ficou em sétimo, com 4:50.83, e sem medalha. Na prova seguinte, pos 400m medley masculino, porém, nova dobradinha: Leonardo Santos e Brandonn Almeida, respectivamente prata com 4.19.41 e bronze com 4.21.10. O ouro foi para Charles Swanson (4.11.46), dos EUA.
Por fim, nas provas que fecharam a sexta-feira, mais duas medalhas: Nos 4x200m livre feminino, a medalha de bronze fez com que Larissa Oliveira se tornasse, agora de forma isolada, a nadadora brasileira com mais pódios na história do Pan: nove. Na prova, ela teve a ajuda de Aline Rodrigues, Manuella Lyrio e Gabrielle Roncatto. O tempo do Brasil foi 8:07.77. O ouro ficou com os Estados Unidos (7.57.33) e a prata, com o Canadá (7.59.16).
No 4x200m livre masculino, vitória do quarteto brasileiro que nadou com Luiz Altamir, Fernando Scheffer, João de Lucca e Breno Correia, marcando 7.10s66, novo recorde pan-americano. A prata foi para os Estados Unidos (7.14s82) e em terceiro o México (7.19.43).
A natação é um dos maiores sucessos de medalha para o Brasil na história dos Jogos. No calendário pan-americano desde a primeira edição em 1951, em Buenos Aires, na Argentina. Até Toronto, em 2015, o esporte nos deu 52 ouros, 52 pratas e 73 bronzes, um total de 177 conquistas. Os EUA lideram, com 334 ouros e 706 idas ao pódio.
Nos jogos de 2019, o Brasil já faturou nove ouros e nove bronzes, além de sete pratas , um total de 25. O recorde de país é o dos Jogos do Rio, em 2007: 26. Neste sábado, o último dia da natação, mais chances de medalha: 200m medley, 4x100 medley 1500m.