Com mais uma Copa América em disputa, um debate se faz necessário: como tornar esta competição mais atraente ao público? Bem, antes de falar sobre a solução que proponho, quero situar os leitores a respeito do atual formato utilizado pela Conmebol.
No torneio, 12 seleções, divididas em três grupos com quatro equipes, entram em campo. Na primeira fase, as equipes jogam entre si dentro desses grupos, para definir quem avança às quartas de final. Pelo sistema atual, classificam-se não apenas as duas melhores seleções de cada chave, mas também os dois melhores terceiros colocados da primeira fase.
Em primeiro lugar, acredito que essa fórmula deixa a competição pouco interessante. Das 12 seleções na primeira fase, somente quatro são eliminadas – ou seja, apenas 33%. Essa grande margem para ficar entre os classificados certamente tira parte da emoção do torneio, além de diminuir o nível técnico. Na Copa do Mundo, por exemplo, onde apenas metade das seleções da primeira fase avança às oitavas de final, cada jogo é encarado como decisivo.
Além disso, não parece estranho que seleções como Japão e Catar participarem da Copa América? Isso ocorre porque a Confederação Sul-Americana possui apenas 10 equipes filiadas, número baixo para organizar um campeonato entre seleções.
Por estes motivos, defendo que a atual Copa América seja unificada com a Copa Ouro, dando início a uma nova competição. Como a competição da Concacaf reúne seleções das Américas do Norte e Central e do Caribe, isso possibilitaria um aumento no número de participantes – e, por consequência, uma fórmula de disputa mais atraente, com 16 equipes distribuídas em quatro grupos – semelhante ao que foi feito na edição extraordinária Copa América Centenário, em 2016.
Desta forma, além de aumentar o nível técnico da competição, eliminando metade dos times já na fase de grupos, a nova Copa América possibilitaria que todas as equipes pertencessem ao continente americano. Isso daria identidade ao torneio e evitaria situações constrangedoras para os organizadores, como a tentativa de convidar a seleção da Espanha para a edição de 2011 – em vaga que ficou com a Costa Rica.