Um debate que foi aberto com a saída de Neymar e parecia fechado diante das boas exibições contra Honduras e Bolívia voltou à pauta depois do desempenho da Seleção Brasileira no empate com a Venezuela, na terça-feira (18) à noite. O time passou em branco e só a partir da entrada de Everton criou chances para vencer. Foi a senha para discutir as escolhas de Tite para o setor ofensivo.
O atacante do Grêmio foi pedido pelos torcedores nas arquibancadas da Fonte Nova no início do segundo tempo. O treinador atendeu pouco depois dos 20 minutos. Pelo lado esquerdo, o Cebolinha foi agudo, driblou e armou a jogada que terminou no gol anulado de Philippe Coutinho. Por isso e também pelo golaço que marcou contra a Bolívia, na estreia, virou praticamente unanimidade.
Sua entrada é o principal pedido de torcedores, ex-jogadores, jornalistas e fontes consultadas por GaúchaZH. O sopro de criatividade e ousadia apresentado pelo atacante pode ser o fator principal para quebrar barreiras defensivas em partidas contra adversários fechados.
O ex-centroavante Dadá Maravilha é taxativo:
— Todos sabem de minha identificação com o Inter, mas nessas horas não tem clubismo. É obrigatório escalar o Everton nesse time. Aliás, é Everton e mais 10.
Além do atacante gremista, outros nomes são sugeridos para o time. Para o comentarista da ESPN Arnaldo Ribeiro, é preciso alterar o setor de criação
— O mais importante é mexer o trio que arma — opina, sugerindo também a entrada de Lucas Paquetá na vaga de Philippe Coutinho.
Coutinho, aliás, é decepção do time na visão do ex-zagueiro Luisinho, titular da Copa do Mundo de 1982. O ex-jogador diz que é urgente trocar o meia do Barcelona por um jogador mais veloz e intenso, como Gabriel Jesus. Essa seria a segunda mudança que ele promoveria na equipe.
— O Brasil melhorou um pouco, não acho que esteja tudo errado. É pouco tempo para a meninada treinar, e até por isso defendo um time mais nacional, com jogadores que atuem aqui no país.
Tita, campeão da Libertadores de 1983 pelo Grêmio, adota um tom mais político:
— A escolha do treinador é sempre baseada na convivência, no conhecimento. Só quem está lá sabe a melhor opção. Confio no Tite.
Os próximos dias mostrarão se Everton cravou de vez seu nome entre os titulares da Seleção.