SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Cruzeiro é alvo de uma investigação da Polícia Civil de Minas Gerais. A informação foi divulgada pelo Fantástico neste domingo (26) e confirmada pela Folha de S. Paulo.
A polícia abriu investigação após denúncias sobre lavagem de dinheiro, falsidade de documentos e falsidade ideológica durante a atual administração, do presidente Wagner Pires de Sá, que tomou posse em dezembro de 2017. O clube acumula R$ 500 milhões em dívidas.
A polícia investiga que o clube tenha cedido percentuais de dez jovens -menores de 18 anos- das categorias de base para quitar uma dívida de quase R$ 2 milhões com um empresário. Além de ser considerado crime negociar o trabalho de um menor de idade, o repasse de direitos econômicos de atletas é proibido pela Fifa.
Após analisar o balanço analítico contábil referente ao ano de 2018, a polícia suspeita de pagamentos superfaturados ou sem a prestação de serviços feitos pelo clube.
O trabalho de investigação colheu depoimentos de 15 pessoas, como funcionários, prestadores de serviços e membros da atual diretoria.
Em abril, a Folha de S. Paulo noticiou que o Cruzeiro é o clube que mais acumulou débitos com a União (trata-se de Imposto de Renda, débitos tributários e previdenciários, PIS, Cofins, FGTS, INSS e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), mesmo depois de o governo federal perdoar dívidas milionárias entidades esportivas com o Profut (Programa de Modernização da Gestão de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro. São R$ 17 milhões em situação irregular, inscritos em setembro de 2018, na Dívida Ativa. O passivo, que inclui débitos em situação regular (esses parcelados ou em discussão judicial), do clube mineiro com a União é de R$ 54,8 milhões de acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
No final da tarde deste domingo, o Cruzeiro emitiu uma nota em seu site. O texto, assinado por Sá, culpa adversários políticos, mas sem citar nomes, com a intenção de tumultuar o ambiente no clube.
"Adversários derrotados no pleito têm insistido, nos bastidores, em tentar tumultuar o ambiente do Cruzeiro, com o auxílio de um pequeno grupo, plantando notícias junto a alguns profissionais da mídia nacional, que infelizmente têm acreditado em tais conteúdos", diz trecho do comunicado. "Atualmente, o Cruzeiro possui 14 conselheiros que formam uma oposição. Nós apuramos que um deles teve acesso a documentos sigilosos e os divulgou de maneira proibida para o público externo, mesmo em se tratando de registros de cunho interno, de uma entidade privada."