Sob aplausos, o tradicional grito de "Casaca" e o hino vascaíno, Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco, foi enterrado na tarde de quarta-feira (13) no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. Centenas de pessoas prestaram homenagens ao cartola, que morreu em decorrência de um câncer no cérebro.
O ex-presidente foi velado na sede de São Januário. Antes de seguir para o enterro, o corpo com o caixão do vascaíno foi levado ao centro do gramado do estádio.
Eurico morreu às 12h30min desta terça-feira (12), no Rio de Janeiro. O mandatário havia dado entrada horas antes no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, com complicações de um tratamento contra o câncer no cérebro. Considerado o dirigente mais icônico da história do clube, ele tinha 74 anos. O clube e a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) decretaram três dias de luto.
Suas últimas aparições foram em cadeira de rodas e com dificuldade para falar. Com a parte motora afetada, ele ficou com a aparência fragilizada e foi internado algumas vezes nos últimos meses.
— Para ele, foi o melhor. A situação já estava bem complicada e ele não tinha paz nessa reta final de vida. É muito difícil admitir isso. Nós ficamos desse lado. Mas ele poderá descansar um pouco agora — afirmou Eurico Brandão, o Euriquinho, filho do ex-presidente.
Uma espécie de UTI havia sido montada pelos familiares na residência do cartola. Ele recebia atenção 24 horas por dia de enfermeiros e superou diversos obstáculos de saúde até morrer.
Eurico foi presidente do Vasco em dois períodos: 2001 a 2008 e 2014 a 2017. Ele também foi vice-presidente de futebol entre 1986 e 2001. As maiores conquistas da história do clube contaram com a sua presença. Entre elas: Campeonato Brasileiro (1997), Libertadores (1998), Campeonato Brasileiro e Copa Mercosul (2000).
Além dos cargos no Vasco, foi deputado federal, eleito em 1994. Ele conseguiu a reeleição em 1998, mas em 2001 teve a cassação do mandato pedida. Miranda foi acusado de promover evasão de divisas e não conseguiu se eleger em 2002.
Praticamente no mesmo período, o dirigente se tornou alvo de uma série de denúncias na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Futebol. De acordo com o Ministério Público, Eurico Miranda deixou de recolher contribuições previdenciárias quando comandava o Vasco. Foi condenado a dez anos de prisão e ao pagamento de multa. Recorreu e teve a sentença anulada por unanimidade pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), em 2008.