O técnico Abel Braga foi apresentado na tarde desta quarta-feira (2), no CT Ninho do Urubu, e foi enfático: chega com fome de títulos. Em uma longa entrevista coletiva, o novo treinador do Flamengo abordou diversos temas, como reforços, as situações de Diego e Diego Alves, a chegada de Rodrigo Caio e a passagem anterior pela Gávea, em 2004.
Para Abel, o elenco tem de entender o tamanho do Flamengo para corresponder às expectativas da torcida, que tem comparecido aos estádios para apoiar, algo que chamou a atenção do novo comandante.
— Algumas coisas bem relevantes. Uma está aqui. Você poderia estar pensando que é número de jogadores, plantel... O Flamengo tem maior média de público pagante dos últimos 30 anos. Isso diz muita coisa. Isso está mostrando bem o tamanho, o peso e a grandeza desse clube. E isso é desafio. Desafio, todo mundo gosta. Eu adoro. Eu venho com fome! É extremamente importante poder dar algo mais ao Flamengo — disse.
O técnico evitou promessas, mas ressaltou que o grupo de jogadores tem de ter identidade com o clube. Lembrou que, em 2004, o canto "Poeira" tomou conta das arquibancadas e virou um grito de incentivo ao time.
— Não gosto de promessa, porque é muito usual. Agora, essa identidade, eu conheço. Tem de haver uma identidade maior, porque os caras (torcedores) estão indo. Os caras vão. Não é normal todo ano começar com favoritismo grande e depois falhar no momento que tem de dar o salto, tem de vencer. Isso aí que vamos ter de descobrir. Quero que o torcedor saiba que vou tentar identificar e criar algo semelhante do que se acontece na arquibancada e no campo. Em 2004, senti isso. Foi quando foi criada a música "Poeira" — recordou.
Sobre reforços, o treinador disse que o vice-presidente de futebol Marcos Braz não compareceu ao evento por estar em viagem em busca de novos nomes do elenco, sem revelar o local.
— Marcos Braz viajou, foi conversar com alguém. Não se parou de trabalhar nem dia 24, dia 25... Até dia 26 estive com todos eles. Eram seis, sete, oito vezes ao telefone. Queira ou não, tudo é muito difícil. Qualquer coisa, se triplica. Tem de ter um jogo de cintura muito grande, tem de ter inteligência de conjuntura de ver como o clube chegou nesse patamar. Torcedor pode ter certeza que virá jogador. Pode ser questão de dia, hora. Está se trabalhando muito. A gente crê que precisa ter um pouco mais de identidade com esse clube e essa camisa — garantiu.
Abel fez ainda elogios à estrutura do Ninho do Urubu, apontando acreditar ser melhor, inclusive, do que a do Chelsea, da Inglaterra.
— Eu, particularmente, não tinha entrado aqui. Estou maravilhado. Naquela época, usávamos um CT emprestado pelo Zico. É o tal do negócio do clube diferente, do status que alcançou e onde chegou. Nada disso aqui caiu de para-quedas. Foram pessoas que pensaram da maneira correta, e obstáculos foram superados. Ainda vou conhecer lá dentro, mas acho que ganha do Chelsea — avisou.