Após ser uma das febres da Copa do Mundo na Rússia, o VAR (termo em inglês para o árbitro de vídeo) finalmente foi confirmada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que aprovou o uso da tecnologia para a fase de quartas de final, que começa na próxima quarta-feira, e nos estágios seguintes da Copa do Brasil.
Em sua sede na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a CBF, representada por Manoel Serapião, coordenador do sistema de árbitro de vídeo no Brasil, Ricardo Bretas, gerente de planejamento da tecnologia no país, e Sérgio Correa, presidente da comissão de arbitragem, explicou como o VAR vai funcionar na principal competição de cunho eliminatório do país.
O VAR havia sido cogitado no começo do ano, para os duelos do Campeonato Brasileiro, mas a CBF não quis arcar com os custos do equipamento e tentou encaminhar essa questão financeira aos clubes, mas a maioria também não quis pagar o valor (50 mil reais por jogo, de acordo com o órgão responsável pelo futebol no país).
Sérgio Correa explicou que terão entre 14 e 16 câmeras por jogo – bem longe do número da Copa do Mundo, que era entre 33 e 35 equipamentos - e que as imagens serão as mesmas das transmissões de Globo e Fox Sports, as duas empresas responsáveis pelos direitos de transmissão da competição, o que respeita ao protocolo da Fifa.
— Vamos utilizar 14, 15 ou 16 câmeras. São duas empresas, Globo e Fox. É bom esclarecer que com sete câmeras, já teremos 95% de todos os lances. Uma situação especial, uma mão escondida. Nós vamos recorrer a todas todas as imagens disponíveis. Temos solução para todos os lances — afirmou.
Algo que ainda gera muita dúvida são as situações que o árbitro de vídeo pode inteferir. Serapião deixou claro que o VAR age em situações capitais de um jogo, as que envolvem gols e cartões e não em qualquer lance que pode acontecer dentro das quatro linhas.
— Há limites. Todas as situações de gol, pênaltis, cartão vermelho e erro de identidade na aplicação do cartão ao jogador são para revisão. O árbitro de vídeo vai checar isso sempre. O que se busca corrigir são erros históricos. Em tiro de meta, lateral, por exemplo, o árbitro de vídeo não interfere — disse.
Sérgio Correa, por sua vez, mostra muita confiança sobre a entrada da tecnologia no país e está confiante em uma grande porcentagem de acertos nos lances. Essa será a primeira aparição do VAR em uma competição de cunho nacional no Brasil.
— Teremos 14 jogos, com grande possibilidade de chegar a 98,8% de acerto nos lances, contra 93% sem o VAR — afirmou.
O coordenador de arbitragem e do VAR no Brasil ainda completou, falando sobre a possibilidade da tecnologia entrar no Campeonato Brasileiro no futuro, se mostrando otimista sobre essa possibilidade.
— O planejamento da CBF está pronto para qualquer competição. Vamos trabalhar sempre pelo "sim", para ter o VAR nas competições da CBF. Estamos trabalhando pelo sim. Se vier o "não", continuaremos preparados, porque o VAR virá — completou.
A CBF também confirmou a escala dos árbitros de vídeo para as partidas entre Corinthians e Chapecoense, Grêmio e Flamengo, Bahia e Palmeiras e Santos e Cruzeiro.
Confira a relação:
Santos x Cruzeiro - 01/08 - Vila Belmiro - 19h30
Árbitro de vídeo: Bráulio da Silva Machado
Auxílio: Helton Nunes e Marcelo de Lima Henrique
Corinthians x Chapecoense - 01/08 - Arena Corinthians - 21h45
Árbitro de vídeo: Péricles Cortez
Auxílio: Bruno Boschilia e Dewson Freitas
Grêmio x Flamengo - 01/08 - Arena do Grêmio - 21h45
Árbitro de vídeo: Rafael Traci
Auxílio: Alex Ang Ribeiro e Luiz Flavio de Oliveira
Bahia x Palmeiras - 02/08 - Arena Fonte Nova - 19h15
Árbitro de vídeo: Leandro Vuaden
Auxílio: Ivan Bohn e Rodolpho Toski