Em meio à série de denúncias de assédio sexual contra seu ex-treinador, Fernando de Carvalho Lopes, Diego Hypolito encorajou-se a revelar casos de bullying que sofreu quando era criança. O relato do ginasta, bicampeão mundial e medalhista olímpico, denunciou uma série de abusos a que foi submetido.
Diego conta que tinha de ficar nu e pegar, com o ânus, uma pilha. Também era trancado dentro da caixa de plinto, equipamento de madeira que os atletas usam para fazer saltos.
Nesta segunda-feira (7), Hypolito participou do programa Gaúcha +, da Rádio Gaúcha, e detalhou as repercussões do tratamento que recebeu na infância.
— Depois de falar, lembrei de muita coisa do meu passado. No primeiro momento, fiquei muito mal. Fiquei bastante doente por três dias depois de falar. Agora me sinto totalmente livre para falar sobre isso e mostrar que não podemos ter mais essa realidade. As pessoas têm de saber mais disso para os pais auxiliarem os filhos. É algo que traumatiza muito a criança — afirmou o atleta, que revelou ter se submetido a tratamentos para superar o trauma de ambientes fechados:
— Fiquei claustrofóbico. Tive de fazer tratamento por causa disso, tinha dificuldade para entrar em um túnel, para andar de elevador. Qualquer ambiente fechado, sem janela, era difícil. Se tornou uma coisa sintomática, com origem anos atrás.
Hypolito ainda ressaltou a importância de ouvir os relatos das crianças, de modo a evitar que eventuais assédios se prolonguem por muito tempo:
— É algo bastante grave. Todos nós temos a responsabilidade de acreditar no que elas falam e defender essas crianças. Me preocupa muito porque isso influi totalmente na formação da criança. Todos têm que tomar as providências cabíveis para que isso não aconteça mais.
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