O candidato único Rogério Caboclo foi eleito nesta terça (17) por aclamação o novo presidente da CBF, com mandato de 2019 a 2022. Das 67 entidades filiadas com direito à voto (27 federações e 40 clubes), apenas três clubes não votaram na chapa eleita, que é apoiada pelo presidente afastado Marco Polo Del Nero. Os "rebeldes" foram Corinthians, Flamengo e Atlético-PR.
O Flamengo se absteve, o Atlético-PR esteve ausente da votação e o Corinthians votou em branco. Grêmio e Inter estiveram entre os 37 clubes que votaram em Caboclo.
Os motivos que fizeram os três clubes não referendar a chapa de situação são semelhantes. Basicamente, eles não concordam com a mudança no modelo de votação, que deu ao voto das federações um peso maior (três) que o dos clubes (peso dois para os da Série A e peso um para os da Série B). Esta alteração foi decidida em uma assembleia em abril de 2017, que não contou com a participação dos clubes, apenas das federações, o que gerou inconformidade.
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, também não concordou com a antecipação da eleição para abril de 2018, já que o mandato de Del Nero vai até 2019.
— Ele (Marco Polo Del Nero) está chamando os presidentes das federações e pegando assinaturas para fazer a antecipação da eleição. Isso é um absurdo, é golpe. Sem a participação dos clubes o futebol vai ter um problema muito grave — disse o corintiano, no dia 8 de março, já praticamente antecipando qual seria a posição do clube.
Além disso, Andrés não concorda com o nome de Rogério Caboclo, atuou diretor-executivo da CBF na gestão de Del Nero.
— Não pode ser ele (Caboclo), nunca dirigiu uma federação ou um clube. Não pode ser qualquer um. (...) Não pode um cara que nunca comandou uma federação, muito menos um clube, ser candidato no tapetão. Isso é um erro. (...) Não pode também a CBF na calada da noite marcar reuniões e não chamar os clubes, isso é um absurdo — completou Andrés.
Já o Flamengo alegou que não concorda com o modelo de votação adotado. Em comunicado enviado pela assessoria de imprensa, a pedido de GaúchaZH, o clube disse "não ter nada contra o presidente eleito Rogério Caboclo, a quem o Flamengo respeita, mas o fato de a CBF ter mudado o regime de votação no ano passado fez com que o clube optasse por se abster, por não concordar com o modelo de votação".
O Atlético-PR não chegou a se manifestar publicamente sobre a decisão de estar ausente da eleição. Porém, recentemente, o presidente do Conselho Deliberativo (e pessoa mais influente) do clube fez diversas críticas à distribuição de cotas de televisão do Campeonato Brasileiro.