Herói da classificação do Corinthians à final do Campeonato Paulista, o goleiro Cássio pregou respeito ao Palmeiras, adversário da decisão, mas disse nesta quinta-feira que sua equipe tem condições de se impor sobre o rival. A final começa a ser disputada neste sábado, às 16h30, na Arena Corinthians. O jogo da volta será domingo, 8 de abril, no Allianz Parque.
— São dois jogos. A gente não acha que tem de definir em um jogo só. São dois jogos diferentes. Difícil jogar na arena do Palmeiras, a torcida deles é fanática, apoia. Mas temos de nos impor em casa. Com todo respeito ao Palmeiras, vamos em busca de título. Tenho certeza de que vai estar lotado o estádio. Essa classificação nos deu confiança, jogadores voltaram. É bom estar todo mundo. É um grande jogo, temos de ser inteligentes, na nossa casa temos de nos impor como mandante — afirmou o goleiro, que já conquistou o Paulista de 2013 e 2017 pelo Corinthians.
Cássio brilhou ao defender as cobranças de pênalti de Diego Souza e Liziero. Titular absoluto do Corinthians, é um dos líderes do elenco e ainda luta por uma vaga na Copa do Mundo, na Rússia. Ele falou sobre a classificação suada contra o São Paulo e projetou a final contra o Palmeiras, entre outros assuntos. Acompanhe:
Já reviu os lances da semifinal?
Fico feliz de poder contribuir, ajudar o Corinthians a chegar a mais uma final. A gente sai muito feliz, às vezes nos pênaltis aparece mais o goleiro. Mas feliz pelo empenho e dedicação de todo time. Acreditar que precisa de todo mundo, mudou muitos jogadores. Todo mundo dedicado, se esforçou e é muito gratificante quando consegue dessa maneira.
A vitória com gol no fim e emoção devolveu o espírito de Corinthians ao time?
É importante esse espírito. Sempre teve. Às vezes a gente acabava tomando gol ou perdendo por falta de atenção, mas isso é começo de temporada. Chegam os jogadores, você vai conhecendo, entendendo filosofia. Hoje todo mundo entende. Nós que estamos há mais tempo procuramos ensinar aos mais jovens como funciona. Tudo tem seu tempo. Temos um comandante que sabe.
Você tornou-se um dos maiores pegadores de pênaltis da história do Corinthians. Como recebe isso?
Legal, não sabia mas fico feliz de poder ajudar. Importante é o Corinthians passar de fase. Essa coisa de pegar ou não pênalti é muito relativo. O Dida era um grande pegador de pênalti, e tinha vez que não conseguia. E teve vez que peguei e não consegui ajudar. Fui feliz ontem, conseguimos ganhar. Mas é treino, hoje em dia tem evolução no futebol todo dia. A gente acompanha, estuda. Eu, particularmente, não gosto de ver antes do jogo, porque acho que você perde um pouco o foco do jogo. Depois me passaram onde os cobradores batiam. Tem o feeling também para ajudar, o pessoal do CIFUT também faz esse estudo. Pessoas não aparecem, mas são fundamentais.
O que acha do clássico de torcida única na final?
Isso tem dois lados. Lógico que eu gostaria que tivesse a torcida do Corinthians, que se faz muito presente. Quero ver a torcida, mas não quero ver gente morrendo, que acontece muito. Não gosto de ver violência, nem ver pais não levando filhos no estádio por causa disso. A nossa torcida vai apoiar a gente no nosso estádio, eles farão lá. Mas lógico que queria nossa torcida lá.
Qual o privilégio de estar nessa final?
Para o jogador é muito gratificante fazer parte de um jogo desses. Às vezes, não temos a magnitude porque a gente não está no meio da torcida, na rede social. Vejo algumas coisas. Vejo pela minha esposa, amigos mais próximos, que ficam muito ansiosos para chegar a hora. Ficam contando minutos. Mas é legal, poder disputar um clássico tão disputado, um dos maiores clássicos do futebol mundial. Vamos tentar fazer o melhor dentro de campo. Eles defendem as cores deles, nós a nossa. Com honestidade, jogo franco, que cada um busque seu objetivo.
A última final entre os dois foi em 1999, havia provocações. Hoje, muito mudou. Por quê?
Hoje é bem diferente mesmo. Pessoal é mais contido sobre provocações. Eu já não gosto. Sou mais na minha. Evito. Todo mundo tem direito a dar sua opinião. Acho que estava com minha família, lembro de ter visto na televisão a confusão. Mas hoje em dia é difícil, até pelas punições que têm hoje. Tem muitas câmeras. Provocação era sadia naquela época, hoje em dia não é tanto porque dá muita repercussão.
Quem é favorito?
É 50 a 50. Por mais que o Palmeiras tenha investido, chegamos na final com mérito. Vamos brigar por esse título. Equipe muito qualificada. Dentro de campo vamos buscar o título.
Quem chega melhor?
Os dois chegam bem, foi sofrido nos dois. O Palmeiras perdeu a segunda partida, mas acabou revertendo nos pênaltis. As duas chegam para fazer grande jogo. Eu confio no Corinthians.