Não era miragem: Lucas Lima, que se acostumou a provocar o Palmeiras quando jogava pelo Santos, vestiu-se de verde com um sorriso no rosto nesta quarta-feira (3). Entre o número 11, que era de Zé Roberto, e o 20, que estava com Raphael Veiga, ele escolheu o 20, que já havia utilizado no Sport e no próprio Santos.
A apresentação do novo palmeirense foi repleta de brincadeiras entre ele e Alexandre Mattos. O diretor de futebol tirou sarro do jogador durante a comemoração do título brasileiro de 2016 e chegou a se referir a ele como "babaca" após uma provocação pelo Twitter, mas os dois agora são amigos.
— Creio que deixei o Mattos um pouco bravo uma época, ele apelou um pouco comigo. Depois de alguns contatos, eu lembrei as brincadeiras que eu tinha feito, lembrei o que ele tinha falado de mim também (risos). Eu não esqueci, não. Mas logo nas primeiras conversas eu criei um carinho pelo Mattos, é um cara correto. Ele mostrou um interesse muito grande pelo meu futebol, coisa que eu ainda não tinha recebido, e isso motivou muito. Hoje, vendo a estrutura do clube, vejo que sem dúvidas foi a escolha certa — disse Lucas Lima, que está com 27 anos e assinou contrato válido por cinco temporadas com o Verdão.
Antes mesmo de vestir a camisa do novo clube e de conhecer a estrutura da Academia de Futebol (momentos que foram registrados pela TV Palmeiras), Lucas Lima causou polêmica no Twitter com a torcida de seu ex-clube. Disse, em resposta a uma mensagem provocativa de um santista, que seu coração é verde. E reafirmou isso nesta quarta:
— Como eu falei naquele tweet, agora meu coração é verde. Não vou ter muita relação com a torcida do Santos, não. Pelas redes sociais, estou vendo que não está muito legal, mas não me importa. Vim para o Palmeiras pela torcida, para jogar em estádio lotado, ganhar títulos. Todos me receberam muito bem. Queria agradecer pelo carinho da torcida. Lógico que alguns ainda duvidam, mas espero conquistá-los dentro de campo. É o que eu posso fazer.
Alguns minutos depois, uma repórter pediu para ele falar mais sobre "jogar em estádio lotado", mas o meia evitou se aprofundar na provocação:
— Vocês gostam de polêmica (risos). Sempre que vinha jogar contra o Palmeiras aqui era muito difícil, a torcida empurrava do início ao fim. Estou ansioso — disse.
Além da torcida do Palmeiras e da amizade com Alexandre Mattos, o que pesou na escolha de Lucas Lima foi o sonho de defender a Seleção Brasileira na próxima Copa do Mundo.
— (A decisão) vai muito da conversa que eu tive com o Mattos, da conversa que ele teve com as pessoas ao meu redor, da minha conversa com o presidente também. Isso me convenceu e convenceu a minha família também. Eles têm papel importante, mas sempre deixam para eu decidir. É ano de Copa do Mundo e creio que o Palmeiras me deixa mais perto disso. Creio que títulos me deixariam mais perto da Seleção, então espero conquistar — disse Lucas.
— Colocou o manto, a torcida vai abraçar. Ele sabe da responsabilidade. Não é fácil vir de um rival, mas ele comprou o projeto e fez de tudo para vir ao Palmeiras. Ele tem um estafe de quatro, cinco pessoas, e mais da metade dessas pessoas queriam que ele fosse para fora. Ele comprou a ideia e foi fundamental para estar aqui hoje. Não dava para competir financeiramente, não dava para competir com a questão cultural, morar fora do país, essas coisas. Ele sabe para onde está vindo. Ele ficava brincando para desestabilizar, criar alguma coisa. Deus iluminou, porque a gente ganhava e ele era vice — disse Alexandre Mattos.