Começa neste sábado (6), em Lima, no Peru, a 40ª edição do Rally Dakar, a maior corrida off-road do mundo. Disputada desde 2009 na América do Sul, a competição se inicia nas dunas do Peru – país que há cinco anos não recebia a corrida –, passa pela altitude da Bolívia e se encerra 10 mil quilômetros depois em Córdoba, na Argentina. Pela diversidade do trajeto, o percurso será, segundo alguns participantes, o mais difícil da história da corrida. Em 10 tópicos, saiba mais sobre a 10ª edição do Rally Dakar na América do Sul.
1- Início
A história do Rally Dakar começou em dezembro de 1978, na França, quando 170 participantes largaram em frente à Torre Eiffel e tentaram percorrer aproximadamente 10 mil quilômetros até a cidade de Dacar, capital do Senegal. Apenas 69 conseguiram concluir a primeira edição da prova que se chamava Paris-Dakar. Depois disso, os locais de partida trocavam conforme a edição, enquanto a chegada, normalmente, continuava sendo em Dacar. Em 2008, após 30 anos consecutivos de realização, o rali foi cancelado por falta de segurança na região da Mauritânia, país que receberia oito das 15 etapas da prova.
2 - Mudança para a América
-Em 2009, no retorno da prova, o rali se mudou para a América do Sul. Desde então, a competição continuou sendo disputada no continente. Isso porque a dificuldade e a diversidade dos trajetos agradaram às marcas e aos pilotos envolvidos nas etapas.
3 - Trajeto
-Nesta edição, após as cinco primeiras etapas no Peru, o rali chega a La Paz, capital da Bolívia, no próximo dia 11. Quatro dias depois, Salta, na Argentina, recebe a competição. Após passar por outras cinco cidades argentinas, o rali se encerra de forma inédita em Córdoba, no dia 20. Serão 10 mil quilômetros e 14 etapas em 13 cidades. Além de Peru, Argentina e Bolívia, Paraguai e Chile – que não vão receber etapas neste ano – já sediaram a competição na América.
4 - Os números
- Gerais
40 edições
30 disputadas na África
24 mortes
- Desta edição
525 competidores (13 mulheres), de 54 nacionalidades
10 mil quilômetros totais
4,3 mil quilômetros em rota
337 veículos
105 carros
42 caminhões
190 motos
França, Argentina, Holanda são os países com mais competidores
5 - Participantes Brasileiros
Primeiros brasileiros a conquistar o título do Rally Dakar, Leandro Torres e Lourival Roldan – campeões em 2017 pela categoria UTV – não estarão presentes nesta edição da competição.
-Marcelo Medeiros (Maranhão) – Quadrículos, Yamaha
-Jorge Wagenfuhr (Paraná) e Idali Bosse (Santa Catarina) – Carros, Mitsubishi Triton
-Reinaldo Varela (São Paulo) e Gustavo Gugelmin (Santa Catarina) – SxS
-Zeca Sawaya (São Paulo) e Marcelo Haseyama (São Paulo) – SxS
6 - Príncipe, medalhista olímpico e bicampeão
Nasser Al-Attiyah não tem muito do que reclamar da vida. Além de ser membro de uma das principais famílias reais do Oriente Médio, o príncipe do Catar também ostenta uma medalha de bronze olímpica, conquistada na modalidade de tiro ao prato nos Jogos de Londres 2012. Como se não bastasse, Al-Attiyah ainda venceu o Rally Dakar duas vezes, em 2011 e 2015. Na última edição, o príncipe teve de abandonar a prova por conta de um facidente que sofreu na terceira etapa. Neste ano, Al-Attiyah vai competir pela Toyota.
7 - O Mister Dakar
O francês Stéphane Peterhansel estreou em 1988 no Rally Dakar. Desde então, foram 28 participações e 13 títulos na competição. O recorde mundial lhe rendeu a alcunha de “Mister Dakar”. Em 2018, aos 52 anos, Peterhansel tentará ampliar o seu número de vitórias pela Peugeot na categoria carros.
8 - Choque térmico
-Sabe aqueles dias de primavera em Porto Alegre em que pela manhã está 5°C e à tarde chega a 30°C? No Rally Dakar, os pilotos passarão por sensações parecidas. A diferença térmica pode chegar a mais de 25°C em poucos dias. A previsão é de que, em 14/1 (durante a oitava etapa), os termômetros em Uyuni – maior e mais alto deserto da sal do mundo, a 3,6 mil metros acima do nível do mar, na Bolívia – marquem mínima de 6°C. Cinco dias depois, os pilotos terão de passar pelo calor de Córdoba, com temperatura prevista de 30°C.
9 - Dos gramados às dunas
- Aos 40 anos, o técnico de futebol André Villas-Boas, que já teve passagens por Porto, Chelsea, Tottenham e Zenit, entre outros clubes, dará uma pausa nos gramados para se dedicar a uma antiga paixão: o automobilismo. Em novembro de 2017, após levar o Shanghai SIPG ao segundo lugar na Superliga Chinesa, o treinador pediu demissão para que pudesse disputar a 40ª edição do rali – o clube tinha a intenção de renovar o seu contrato. Villas-Boas disputará a corrida ao lado de Rúben Faria na categoria carros.
10 - Onde assistir
O canal de TV por assinatura Fox Sports tem os direitos de transmissão do rali desde 2013. O site da Red Bull fará transmissões diárias com os principais momentos da corrida.