Alexandre Paradeda, o Xandi, tem tantos títulos na sua carreira na vela que algumas conquistas, brinca o 45 anos, "até já prescreveram". Uma chance de atualização do currículo será neste sábado (27), a partir do meio-dia, quando entrará em ação nas raias do Clube dos Jangadeiros, em Porto Alegre, pelo último dia do Campeonato Brasileiro da classe Snipe, no qual é líder em dupla com Lucas Mazim.
Para confirmar em casa o 12º título nacional da carreira em uma das categorias mais tradicionais da modalidade, o velejador do Jangadeiros terá de superar o irmão nove anos mais jovem. Isso porque Roberto, o Beto Paradeda, e Phillip Grochtmann têm apenas dois pontos de desvantagem. Por isso, num sábado que poderá ter até três regatas, nada pode ser descartado. Nem mesmo a aparição de outros concorrentes na disputa pelo troféu.
Como é enfrentar o irmão mais novo por um título brasileiro?
Nessa altura, os nove anos a menos o ajudam. Em mim, após sete regatas, já dói até a sobrancelha (risos).
Mas você faz planos para o futuro? Ano que vem tem o Pan-Americano, em Lima, por exemplo.
Vamos brigar (por uma vaga) em Lima. Mas estou nos últimos suspiros, vou por objetivos curtos. Ano que vem tem Pan e Mundial, em Ilhabela. Então os planos vão até ano que vem ainda. Vou me dedicar forte para tentar esses campeonatos.
E competir ao lado de Melissa, sua filha de 10 anos que desponta na classe Optimist, é um objetivo?
Hoje em dia os caras duram mais. Se eu me dedicar mais uns 10 anos, dá. É difícil, mas teria vontade, seria legal.
Entre os mais de 40 títulos nacionais e internacionais em várias classes da vela, você conta com duas medalhas pan-americanas e o título mundial em 2001. Você se considera uma espécie de Robert Scheidt da classe Snipe no Brasil?
Seria muita pretensão dizer isso. Ele é da minha geração. Velejamos juntos, ele também chegou a estar no Snipe. Nas Olímpiadas, fui para a (classe) 470 (em Sydney 2000 e Atenas 2004) e ele, Laser. Estivemos juntos, mas ele é incomparável.
Scheidt seria quem, então, se comparássemos ao futebol?
Ele é o Messi de atualmente, o Ronaldinho que jogou no Barcelona. Ele ganhava tudo, era o mais respeitado.