Os integrantes da comissão médica da Federação Internacional de Vôlei se reuniram na última quarta-feira (24) em Lausanne, na Suíça, e mantiveram inalterada as normas sobre a legislação envolvendo a participação de atletas transgêneros em competições oficiais. Assim, a transexual Tifanny Abreu, do Vôlei Bauru, poderá seguir atuando normalmente.
Na reunião, foi reforçado que as regras dos torneios interclubes são de responsabilidade das respectivas federações nacionais. Desta forma, no caso de Tifanny, cabe à Confederação Brasileira de Vôlei decidir se a mesma pode ou não disputar os campeonatos no país. Como a CBV utiliza as normas internacionais, a atleta segue liberada para atuar pelo time de São Paulo.
Alvo da discussão no país, a goiana Tiffany nasceu Rodrigo Pereira de Abreu e já havia disputado as edições masculinas da Superliga A e B no Brasil e outros campeonatos entre homens nas ligas da Indonésia, Portugal, Espanha, França, Holanda e Bélgica. A transição de gênero foi concluída quando defendia um clube da segunda divisão belga. No início de 2017, ela recebeu permissão da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) para competir em ligas femininas, tendo disputado a temporada pelo Golem Palmi, time da segunda divisão da Itália.
A FIVB emitiu um comunicado após o encontro.
"Hoje fizemos avanços significativos em uma série de questões médicas que podem mudar a imagem do vôlei como a conhecemos. Um caso específico que foi tratado diz respeito a questão do atleta transgênero. A comissão médica da FIVB está empenhada em estudar mais esta questão, a fim de garantir que qualquer decisão tomada pela FIVB seja baseada nos dados e conhecimentos mais recentes nesta área. O objetivo é assegurar tanto em competições de quadra como de praia que se respeite a escolha individual de uma pessoa, ao mesmo tempo que assegure condições equitativas no campo de jogo. Para competições nacionais de clubes, a participação dos transgêneros é exclusivamente de responsabilidade das federações nacionais”.