Um júri federal americano absolveu nesta terça-feira (26) o ex-presidente da Federação Peruana de Futebol, Manuel Burga, no caso conhecido como "Fifagate" que está sendo julgado em Nova York. Quatro dias depois de declarar o brasileiro José Maria Marin e o paraguaio Juan Angel Napout culpados, o júri avaliou que o peruano não era culpado no delito de associação para delinquir. A avaliação foi confirmada por um porta-voz da Procuradoria Geral do Brooklyn.
Marin, que comandou o futebol brasileiro entre março de 2012 e maio de 2015, foi declarado culpado em seis dos sete delitos dos quais era acusado. O ex-presidente da CBF aceitou subornos em troca de contratos de transmissão e marketing em jogos da Libertadores e da Copa América.
Napout, foi declarado culpado em três das cinco acusações: associação para delinquir e duas acusações de fraude bancária relacionadas à Copa América e à Libertadores.
Depois do Natal, o tribunal voltou à atividade nesta terça, com o júri chegando a conclusão de que Burga aceitou 4,4 milhões de dólares em subornos. No entanto, o acusado nunca recebeu o valor, por estar sendo investigado por lavagem de dinheiro no Peru.
A absolvição chega mais de dois anos depois dos Estados Unidos dar à luz o maior caso de corrupção da história do futebol, conhecido como Fifagate.
– Retorno à minha pátria. Tenho muito o que fazer lá. Não tenho sentimento de vingança nem de revanche – disse Burga aos jornalistas na saída do julgamento, em declarações veiculadas pela televisão peruana.
Visivelmente emocionado, Burga acrescentou que "Deus iluminou o júri para que fizesse um veredito que espero há dois anos e 22 dias". O ex-mandatário da FPF, que comandou a federação entre 2002 e 2014, passou o período detido em Lima e sob liberdade restringida em Nova York.