É curioso, mas talvez não tenha sido a maior glória da carreira de Carlos Lampe as impressionantes 11 defesas que impediram o Brasil de vencer a Bolívia na tarde desta terça-feira. O goleiro boliviano de 30 anos já teve um momento histórico: em 2014, quando ainda jogava pelo San José, ele fez um gol, de pênalti, contra o Universitário de Sucre, garantindo uma vitória de 4 a 3.
Mas, de fato, embaixo das traves seu desempenho contra Neymar, Gabriel Jesus, Coutinho e todo mundo que tentou vencê-lo em La Paz foi surpreendente. Ganhou a camisa 10 do craque brasileiro e um abraço do técnico brasileiro após a partida. Tite, inclusive, pediu aplausos da torcida ao jogador. Gabriel Jesus também não poupou elogios:
— Fui lá e falei para ele parabéns pelas defesas.
Aos 30 anos, Lampe é titular no Huachipato, do Chile, desde o ano passado. Soma 46 partidas pela equipe. E no campeonato nacional, é um dos destaques.
— É um dos melhores do torneio, tem excelentes atuações. E se destaca ainda mais quando joga por sua seleção. Não estranho que tenha atuações como a de hoje — avalia o jornalista Francisco Ríos, do portal Frecuencia Cruzada, de Santiago, que destaca também a maturidade e uma certa malandragem do goleiro de esfriar o jogo quando sofre muita pressão (algo visto também em La Paz).
Além do Huachipato, a carreira de Lampe teve passagens por outros clubes, sempre bolivianos: Sport Boys (foi inclusive campeão nacional), San José, Bolívar e Universitário de Sucre, onde começou sua história. A partir desta terça-feira, pode ter recomeçado.