O clássico de domingo entre o Olympique e o PSG "será ainda mais saboroso que o último", afirmou o zagueiro brasileiro Marquinhos, em entrevista exclusiva à AFP, oito meses após a acachapante goleada por 5 a 1 do PSG sobre o arquirrival em pleno estádio Velodrome.
Embora afirme "respeitar todos os adversários", o zagueiro da seleção brasileira acredita que Neymar, em seu primeiro clássico, poderá fazer "ainda melhor" que Ronaldinho Gaúcho, ex-craque do PSG e autor de uma exibição de gala em março de 2003 (3-0) contra o Olympique.
- O PSG está invicto desde 2011 contra o Olympique. Este clássico continua tendo o mesmo sabor para você, apesar dos patamares cada vez mais distintos entre os dois clubes?
"Sempre! A cada ano eu amo mais essa camisa. Eu entendo ainda melhor o que significa o clássico para os torcedores, para o clube também. Acredito que esse jogo será ainda mais saboroso que o último."
- O PSG vem de goleada histórica de 5 a 1 no Velodrome. Você teme o espírito de revanche dos marselheses?
"Eu estou curioso para ver o que o jogo nos reserva, não penso na outra equipe, em como vão vir para cima, se é uma revanche ou um objetivo. Eu busco me motivar comigo mesmo, com meus companheiros. Tudo que passou ficou para trás. Agora, é preciso pensar no presente e no futuro. Há muito tempo eles não ganham, mas no domingo será uma outra história."
- Levando em consideração o tamanho do investimento recente do PSG (400 milhões de euros por Neymar e Kylian Mbappé), o jogo não corre o risco de ser ainda mais desequilibrado do que no ano passado?
"Antes da partida, sempre há debates: 'Vai ser desequilibrado, uma equipe é mais forte que a outra...'. Mas isso só se decide dentro de campo. Pudemos ver isso na última rodada da Liga dos Campeões, com equipes mais fortes encontrando dificuldades contra equipes menos fortes. Eu gosto de respeitar todos meus adversários, tudo isso depende muito de nós. Se entrarmos em campo com uma boa intensidade, com uma boa mentalidade, podemos fazer uma grande partida, como no ano passado."
- Você preparou os novatos Neymar e Daniel Alves para o ambiente no Velodrome?
"Vamos falar disso com eles um pouco, vamos colocar eles no ambiente do jogo, porque é realmente um ambiente especial. Não sei se eles têm consciência disso, mas assim que entrarem no estádio eles saberão. Para nós jogadores é ainda melhor jogar num ambiente desses, com os torcedores cantando. Não estarão a nosso favor, mas é legal de qualquer forma."
- O que você disse do clássico francês para esses jogadores que já disputaram um Real Madrid-Barcelona?
"Eles já sabem que clássico é clássico. Eles já jogaram em muitos lugares diferentes no mundo. Eles conhecem muito bem as histórias dos diferentes clássicos. Acredito que eles sabem muito bem que aqui na França não é diferente. É a mesma coisa. Há muita história, muitas coisas especiais envolvendo esse jogo, como no Real Madrid-Barça. Entre o PSG e o Olympique também tem muita história. Para os torcedores é uma partida muito importante."
- Falando de história, o último camisa 10 brasileiro a brilhar no clássico foi Ronaldinho Gaúcho, em março de 2003 (3-0 para o PSG). Neymar poderia fazer o mesmo?
"Espero que faça ainda melhor! Seria ótimo para nós (risos). É um grande jogador, ele tem essa vontade de sempre corresponder em campo. E em jogos em que ele sente que a equipe precisa dele, ele tem ainda mais personalidade, atitude. Acho que nesse jogo não será diferente. Ele gosta de assumir a responsabilidade, ele gosta quando a partida é quente, quando tem adversidade. Quando a equipe está em dificuldade, ele gosta de chamar a responsabilidade para levantar a equipe. Eu conheço ele muito bem, já vi ele fazer isso na seleção e aqui mesmo. Ele gosta desse tipo de jogo."
- Você acompanha o Olympique?
"O 'OM' é sempre uma equipe que a gente acompanha, que a gente assiste. Eu assisti ao último jogo na Liga Europa (vitória sobre o Guimarães por 2-1). Eu tenho alguns amigos que jogam lá."
- Você brincou com Luiz Gustavo (volante do Olympique) antes do jogo?
"Não falei com ele ainda. Vamos tentar conversar um pouco depois do jogo. Espero que possamos vencer e ficar tranquilos para depois ir conversar com ele (risos)."
Respostas colhidas por Yassine KHIRI.
* AFP