A amazonense Ketlen Vieira, 26 anos, 1m75cm, é a nova revelação do Brasil na categoria peso galo do UFC — divisão que já é dominada por outra brasileira, a "Leoa" Amanda Nunes.
No último dia 7, em Edmonton, no Canadá, Ketlen lutou no card preliminar contra uma oponente de respeito. A medalhista de prata de luta livre nos jogos de Atenas Sara McMann provou do veneno da lutadora brasileira.
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Após um primeiro round de ampla vantagem, desferindo fortes cotoveladas que provocaram um "galo" na testa de Ketlen, o segundo round mostrou a capacidade de reação da aluna de André Pederneiras — mesmo técnico de José Aldo, ex-campeão dos penas. Um katagatame bem encaixado fez a norte-americana bater três vezes em desistência.
Ketlen subiu para nona colocação no ranking da categoria. Em Tabatinga, distante 1.109 quilômetros da capital Manaus, a revelação falou sobre o momento da carreira.
Como foi a vitória sobre a Sara?
Estou muito feliz com a vitória em cima de uma atleta duríssima como a Sara. Eu entrei nessa luta preparada, sabendo que ela era dura, que seria o maior desafio da minha vida. Com os meus técnicos, analisei todas as lutas dela, a gente sabia que ela fazia sempre o primeiro round muito forte, intenso. Então, nossa estratégia foi deixar ela se desgastar bem, e a partir do segundo e terceiro rounds, buscar a virada. Graças a Deus, aconteceu.
Você sofreu diversas cotoveladas, ficou com "galo" na testa. Como foi o trabalho do córner para virar a luta?
Eu me preparei para a luta, sabia do primeiro round forte dela. Eu estava consciente, bem preparada. Ela se desgastou, e colocamos em prática nossa estratégia para vencer a luta.
Você gostaria de enfrentar alguma oponente em especial?
Então, eu peço sempre tempo para fazer um bom camp de treinamento, estou à disposição do UFC. Nunca na minha vida escolhi adversária. Eu continuo na mesma linha de pensamento. Meu próximo passo, meu próximo adversário, quem sabe são os meus treinadores. O que eles decidirem, uma luta boa para chegar ao cinturão, embora eu acredite que seja um caminho muito longo a percorrer. Eu ainda sou uma atleta muito nova, ainda tenho muito que aprender e ganhar experiência. O que o meu treinador Dedé Pederneiras falar, eu vou executar.
Como é para você representar uma terra de grandes atletas como o José Aldo, ex-campeão dos penas?
Eu me sinto muito honrada em representar meu estado, meu país. Com certeza, vinda desta terra amazonense onde tem vários atletas de destaque, é uma força. Cada vez que eu subo no octógono, estar representando cada amazonense.
Como a luta entrou na sua vida?
A luta foi uma coisa que já nasceu comigo. Desde pequenininha, sempre pedia para minha mãe e meu pai me colocarem na luta, nasceu comigo mesmo. Nunca tive nenhum parente ligado ao esporte, mas desde criança fui apaixonada por luta. Quando tinha 12 anos, a minha mãe me levou numa academia que achou num bairro de Manaus. Estava escrito "judô e Jiu-jitsu". Até pelo fato de naõ teermos contato com luta, não sabíamos a diferença. Então, minha mãe me matriculou e foi lá que dei meus primeiros passos na luta. A gente nunca teve contato. Minha mãe era ribeirinha do Rio Amazonas, e meu pai veio de família muito humilde.
Você sonha em enfrentar a campeã Amanda Nunes?
O meu pensamento é só melhorar, evoluir tecnicamente. A vontade eu tenho, vontade de brigar, vontade de ganhar, mas eu acho que tenho muito para evoluir, muito experiência para ganhar. A Amanda é a campeã da categoria, eu ainda não me vejo lutando com ela. Eu devo fazer mais umas lutas e chegar 100% preparada numa luta de disputa de título.
*RÁDIO GAÚCHA