O brasileiro Caio Bonfim conquistou a medalha de bronze nos 20 quilômetros da marcha atlética masculina, neste domingo, no último dia do Mundial de Atletismo de Londres.
– Esta medalha é muito importante para a marcha no Brasil. Esta medalha serve para o esporte ser mais popular, já que não é muito. Essa medalha é um símbolo – declarou Bonfim ao término da prova.
– Não é fácil ser atleta no Brasil. Estamos em crise, por isso é mais um símbolo que uma medalha – insistiu.
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Caio conseguiu o novo recorde brasileiro, com 1 hora 19 minutos e 4 segundos de prova, sendo superado apenas pelo colombiano Eider Arévalo (1h18:53) e o russo Sergei Shirobokov (1h18:55), que disputa o Mundial como independente, devido à suspensão do país por polêmico caso de doping.
Caio Bonfim salvou o Mundial para o Brasil, que não tinha conquistado nenhuma medalha em Londres até agora.
Nos 20 km femininos, a compatriota Erica de Sena quase conseguiu outro bronze, mas terminou na quarta colocação com 1h26:59, estabelecendo novo recorde sul-americano.
– Foi uma concorrência muito forte. Eu vinha bem, treinei muito para ganhar uma medalha. Infelizmente tive medo no final pelas dores. Isso me freou um pouco e não quis arriscar – indicou Erica à AFP.
Chuva de medalhas
Dentro do Estádio Olímpico de Londres, os atletas brigaram pelas últimas medalhas do Mundial 2017. A primeira a conquistar o ouro foi a queniana Hellen Obiri, que terminou os 5.000 metros femininos na primeira posição.
Obiri acelerou nos últimos 500 metros e fechou a prova em 14 minutos 34 segundos e 86 centésimos. A etíope Ayana Almaz terminou em segundo (14m40s35) e o bronze foi pra holandesa Sifan Hassan (14m42s73).
No revezamento 4x400 feminino, o time dos Estados Unidos voou na pista e correu praticamente sozinho para conquistar o ouro. Allyson Felix chegou à sua 16ª medalha em Mundiais, acompanhada de Quanera Hayes, Shakima Wimbley e Phyllis Francis.
O quarteto fez a prova em 3 minutos 19 segundos e 2 centésimos. A prata ficou com a Grã-Bretanha (3:25.00) e o bronze com a Polônia (3:25.41).
O domínio americano não se confirmou no mesmo revezamento masculino. Ouro para Trinidad e Tobago (2:58.12), prata para os EUA (2:58.61) e bronze para a Grã-Bretanha (2:59.00).
Nos 800 metros femininos, a sul-africana Caster Semenya conquistou o ouro, seu terceiro título mundial na prova. A velocista acelerou nos últimos 200 metros e fechou em 1 minuto 55 segundos e 16 centésimos, à frente da burundinesa Francine Niyonsaba, prata (1:55.92), e da americana Ajee Wilson, (1:56.65).
Nos 1500 metros masculinos, o queniano Elijah Manangoi conquistou o ouro em 3 minutos, 33 segundos e 61 centésimos, acompanhado do compatriota Timothy Cheruiyot (3:33.99), prata. O bronze ficou com o norueguês Filip Ingebrigsten (3:34.53).
Além das pistas
No salto em altura masculino, o catari Mutaz Barshim se tornou campeão mundial ao superar a barreira dos 2,35 metros. O russo independente Danil Lysenko ficou com a prata (2,32m) e o sírio Majd Eddin Ghazal com o bronze (2,29m).
No lançamento de discos feminino, a croata Sandre Perkovic se tornou campeã do mundo ao arremessar 70,31 metros. A australiana Dani Stevens (69,44m) e a francesa Mélina Robert-Michon (66,21m) completaram o pódio. A brasileira Andressa de Morais participou da final e terminou na 11ª colocação (60m).
* AFP