O jogo de sábado no Beira-Rio deu à torcida, infelizmente, a nítida impressão de que o Internacional não consegue, por mais que tenha vontade, sair desta crise técnica em que se afundou. Foi mais um jogo em que o Colorado conseguiu a "proeza" de não chutar nem uma bola em gol. Por conseguinte, mereceu a derrota sofrida para um time sem nenhuma qualificação no cenário futebolístico brasileiro.
Está muito fácil jogar contra o Internacional no Beira-Rio. Todos os times que aqui vieram disputar uma partida pela Série B o fizeram da mesma maneira. Desestabilizar o Inter em sua casa é muito fácil: basta adotar uma postura defensiva e esperar que a lentidão, falta de organização e carência técnica se encarreguem de construir a catástrofe.
Não posso acreditar que depois de uma semana, apenas treinando o time no Vila Ventura, Guto Ferreira não tenha concebido uma estratégia para furar esse bloqueio recorrente nos jogos em casa. O discurso não bate com a ação. O Inter merece mais. Esta sensação de que tudo está errado é muito ruim. Cada um tem seu diagnóstico para o que está acontecendo. Penso, no entanto, que cabe aos homens do futebol uma profunda reflexão para que se identifiquem os reais problemas.
Legado de 2015/2016
O discurso do "precisamos continuar trabalhando" já não basta para coibir a terrível fase porque passa o Internacional. A torcida quer ver os reflexos em campo. O legado de 2015/2016 foi deixar o Internacional num patamar muito abaixo de seu real tamanho. Está na hora de se resolverem problemas graves que, aparentemente, foram varridos para baixo do tapete. Que isto seja feito imediatamente, e sem poupar quem quer que seja.
*DIÁRIO GAÚCHO