Era ganhar ou ganhar. Pouco importava como. O xavante vinha de 3 derrotas, se aproximava de forma preocupante do Z4 e precisava voltar a vencer. O primeiro passo era óbvio: escalar os melhores. E isso foi feito. Se o Brasil não fez uma atuação de encher os olhos, teve maturidade, competência e objetividade. E teve o principal: poder de reação, já que saiu perdendo.
A pressão que o time sofreu nos últimos dias devido aos maus resultados influiu para um início de jogo um pouco nervoso. Para piorar, o primeiro contra ataque do Oeste terminou nas redes de Pitol. Mazinho ganhou a disputa com Breno e colocou Júlio Cesar na cara do gol. 1x0. Em noite inspirada, porém, o volante João Afonso conseguiu um providencial empate aos 37 minutos com um canudo de fora da área. 1x1. A baixa foi Elias que voltou mas sentiu de novo a lesão e saiu ainda na primeira etapa, sendo substituído por Marcinho.
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No segundo tempo, o Brasil virou aos 4 minutos. Rafinha lançou Lincom e a bola chegou ao elemento surpresa João Afonso que chutou de dentro da área. O goleiro Felipe Alves defendeu parcialmente e, na dividida com Rafinha, a bola entrou. Aos 28, o xavante fechou o caixão paulista com Marcinho que bateu no canto direito do goleiro do Oeste após receber um belo e preciso passe de Wagner. 3x1.
O xavante teve Marcelo Pitol; Ednei, Leandro Camilo, Evaldo e Breno; Itaqui, João Afonso, Wagner (Wender), Rafinha (Nem) e Elias (Marcinho); Lincom. O Brasil saltou para a décima primeira posição com 17 pontos. Agora é vencer o Figueirense na próxima sexta-feira (14) também no Bento Freitas às 19h15 para voltar a sonhar com o G4. Avante!
Cláudio Fabrício Montanelli
O responsável pelo futebol xavante, Cláudio Fabrício Montanelli, anunciou após o jogo que deixa a direção do Brasil e, segundo ele, retorna para a arquibancada. Montanelli alegou questões pessoais. Um dirigente de atuação irrepreensível em diferentes cargos no clube. O cara que conhece desde o primeiro pilar da arquibancada até a cadeira de presidente. O xavante que sempre apareceu nas horas críticas da vida rubro-negra desde 1992. E não foram poucas. O dirigente torcedor autêntico. O mandatário amador, na melhor concepção da palavra. O cara que, independente do cargo, sempre tratou a torcida xavante com o respeito e com a distinção que ela merece, até por ser única.
E o respeito nunca se limitou ao discurso. Ao contrário dos mandatários conectados à modernidade que sugerem que torcedores sem dinheiro ouçam as partidas do xavante pelo radinho, Montanelli no seu velho e bom amadorismo, liberava os portões aos 20 ou 30 minutos do segundo tempo para que todo o xavante pudesse acompanhar seu time na sua casa. E ele fez questão de dar esse depoimento no seu pronunciamento de saída.
Para mostrar que sempre teve uma forma de dirigir conectada também com os anseios de um clube popular. E como um grande líder, anunciou a saída no momento de uma vitória. Você sempre será um representante legítimo da massa xavante. Da Geração Marcola. Um muito obrigado e até breve!