Com Hélio Castroneves e Tony Kanaan já consagrados na Fórmula Indy, o Brasil vê surgir novos nomes que devem representar o país no futuro da categoria.
Cinco brasileiros estão atualmente nas categorias de base que levam à Indy e integram o projeto do Mazda Road to Indy nos Estados Unidos.
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Os bons resultados e suas histórias servem de inspiração para os kartistas que participarão, em 26 de agosto, em Aldeia da Serra (SP), da segunda edição do evento que irá premiar o vencedor com uma vaga no shootout em Laguna Seca, concorrendo ao prêmio de US$ 200 mil, equivalente a uma temporada completa na USF2000, o primeiro degrau do bem sucedido projeto do automobilismo americano.
Um dos destaques é o gaúcho Matheus Leist, de 18 anos, atual vice-líder da Indy Lights. O piloto já registrou duas poles e venceu três provas, uma delas a preliminar das 500 Milhas de Indianápolis. A boa atuação despertou a atenção dos chefes de equipe. Recentemente, o brasileiro recebeu o convite para testar pela tradicional equipe Andretti e foi muito bem em seu primeiro contato com um Fórmula Indy.
Campeão da F-3 Inglesa no ano passado, Leist comenta sobre a escolha de ir para os Estados Unidos e o sucesso na temporada.
– Foi a melhor decisão que tomei até hoje na minha carreira. Tudo o que eu construí na Europa me deu uma base muito boa e foi super válida essa experiência que eu tive por lá. Corri campeonatos bons, convivi com pessoas legais, corri em pistas muito bacanas e a opção de vir para os Estados Unidos foi tomada com o objetivo de me tornar um piloto profissional e ter mais oportunidades para isso acontecer – disse.
– Na Europa, não havia muita possibilidade, porque tudo envolve muito dinheiro e nos Estados Unidos cada categoria tem uma "schollarship", que faz parte do Road to Indy. As corridas aqui estão muito legais, as pistas são show, tem oval, pista de rua, pista normal, então é bem diferente. Estou curtindo bastante. O evento é muito bacana, a gente corre com a Indy, temos livre acesso aos boxes da Indy, então é outra proposta. Estou trabalhando bastante para se tudo der certo estar correndo de Indy no ano que vem – completou Leist.
Na Pro Mazda, o paulista Victor Franzoni, de 21 anos, também vem fazendo bonito. Ele é o líder do campeonato. Enquanto isso, estreando na categoria, Carlos Cunha Filho, de apenas 17 anos, também tem conquistado bons resultados e está em quinto lugar.
– Eu já estava curioso para testar e conhecer melhor o automobilismo dos Estados Unidos. No primeiro treino em Sebring, senti que o clima é muito de família, companheirismo. Não existe rivalidade entre os pilotos da equipe e todos se dão bem dentro de um ambiente de companheirismo. Todos trabalham juntos com muita liberdade de conversar e trocar ideias sobre o acerto do carro. Ninguém quer ferrar o outro. Aprendi muito com eles logo de cara – declarou Cunha Filho.
– O automobilismo norte-americano tem muito contato com o público e a gente vê que os fãs se interessam pela nossa carreira, quer saber de onde você, onde você já correu. A preparação com o Mazda Road to Indy é completa com as quatro categorias até chegar à F-Indy. O piloto cresce junto com a equipe – ressaltou o piloto.
No primeiro degrau do projeto, a USF2000, o gaúcho Lucas Kohl e a catarinense Bruna Tomaselli, ambos com 19 anos, também estão mostrando evolução.
Kohl já está entre os oito melhores da temporada, na categoria que conta com quase 30 carros.
– Escolhemos os EUA justamente por causa do Road to Indy, por ser uma escada bem definida e com o apoio da Mazda e da Coopertires que sempre tentam ajudar os pilotos a subirem até a Indy. Pra mim é um caminho mais definido do que na Europa, onde você tem várias categorias que te levam até a Fórmula 1. Aqui no Road to Indy você já convive nas pistas e no mesmo ambiente da Indy o que te prepara muito bem pro futuro – destacou o piloto gaúcho.
Bruna concorda com Kohl.
– A experiência tem sido excelente e a cada corrida eu consigo aprender mais. Nosso objetivo é chegar à Fórmula Indy daqui alguns anos, depois de passar por todos os degraus do Road to Indy. Poder fazer parte do final de semana de uma corrida de Fórmula Indy é muito legal. Eles tratam todos muito bem e se preocupam muito em dar retorno de mídia. Isso é bem importante para darmos retorno aos nossos patrocinadores, mesmo nas categorias de base – lembrou a catarinense.
– Meu conselho aos jovens pilotos que estão querendo seguir carreira aqui é de que venham conhecer. Participem de um final de semana de corridas, converse com as equipes e tome a decisão correta. Certamente, vale muito a pena – completou Tomaselli.
A disputa pela vaga no shootout do Mazda Road to Indy no Brasil ocorrerá dentro da sexta etapa da Copa São Paulo Light de Kart, para os pilotos da categoria Graduados, com idade entre 15 e 24 anos.
O Mazda Road to Indy é um projeto bem-sucedido de formação de pilotos no mundo. A Mazda passou a dar seu nome ao projeto em 2010 e desde o seu lançamento pilotos de diversos países já passaram pelas competições. Austrália, Brasil, Canadá, China, Colômbia, Finlândia, Irlanda, Coréia, México, Holanda, Noruega, Filipinas, Espanha, Grã-Bretanha, Venezuela e Zimbábue já tiveram representantes no grid, mostrando seus talentos em circuitos mistos, de rua e ovais nos EUA.
*ZHESPORTES