Por que a Finlândia é um dos destaques do automobilismo mundial?
É bem provável que muitos dos amantes da velocidade já tenham se perguntado isso alguma vez. O sucesso dos pilotos do país e a grande capacidade nas competições chamam atenção, desde a época de Timo Makinen, passando por Mika Hakkinen até chegar em Kimi Raikkonen e Jari-Matti Latvala.
Neste final de semana, por exemplo, Latvala pilotará em casa, durante a nona etapa do Campeonato Mundial de rali (WRC). Além dele, outros três finlandeses encaram a competição que estimulou a criação da alcunha "finlandês voador" para os pilotos locais.
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Latvala é, por enquanto, o terceiro colocado no ranking geral e já venceu uma das etapas, realizada na Suécia. Agora, ele busca diminuir a distância de 48 pontos para o líder, o francês Sébastien Ogier. Atrás na classificação, aparecem ainda os finlandeses Juho Hanninen (9º), Esapekka Lappi (13º) e Teemu Suninen (15º), que seguem mantendo a tradição do país nas pistas.
O primeiro ponto a ser destacado sobre o sucesso dos finlandeses no automobilismo é a cultura do país. Os condutores da Finlândia estão entre os mais cautelosos e conscientes do mundo, com taxas quase nulas de acidentes fatais ou graves no trânsito. A educação parte não somente da escola, mas também dentro dos lares e no incentivo do governo local.
Culturalmente, aliás, é comum a história de jovens comprando carros antigos e baratos e indo se aventurar em estradas pouco movimentadas. É natural por lá que isso ocorra. A paixão por veículos é gigantesca.
As estradas também são fatores preponderantes. As condições climáticas adversas tornam alguns percursos em pistas de gelo. Com isso, os pilotos necessitam adquirir habilidades específicas e experiências novas. Competitividade, calma, foco, teimosia e popularização no país são outros motivos que fazem da Finlândia uma das mecas do esporte.
Com relação aos resultados, os pilotos receberam a alcunha de “Finlandeses voadores” a partir dos anos 1960. Esta denominação tem origem no início do século passado, quando os locais dominavam provas de atletismo nos Jogos Olímpicos, batendo de frente com adversários africanos e consagrados no esportes.
Timo Makinen foi o primeiro a receber tal estigma. Ele conquistou dezenas de títulos em provas de rali. No início de maio deste ano, ele faleceu e, desde então, recebe várias homenagens. Na Fórmula-1, o primeiro a carregar o apelido foi Leo Kinnunen, mas sem a mesma pompa dos seus antecessores. Nascido na Suécia, mas radicado na Finlândia, Keke Rosberg fez jus ao “finlandês voador” ao conquistar o título mundial da categoria, em 1982.
Em 1998 e 99, o principal nome do automobilismo finlandês na Fórmula-1 fez a bandeira do país aparecer mais alta no pódio: Mika Hakkinen faturou as duas edições. E em 2007, Kimi Raikkonen tornou-se o último do país a conquistar o título mundial.
Um fator que salta aos olhos é o de que o Brasil tem mais títulos mundiais na Fórmula-1, contudo, a quantidade de pilotos que conquistou foi a mesma: três para cada lado. Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna para o Brasil, enquanto que Keke, Mika e Raikkonen representam o país europeu.
*LANCEPRESS