Sou Pedro Rochista. Sou Nico Lopista. Sim, podem atirar suas pedras e fazer caras feias, mas gosto dos atacantes Pedro Rocha, do Grêmio, e Nico López, do Inter.
Eles perdem gols, concordamos. Os goleiros crescem para cima deles. Faltam tranquilidade na hora exata e um refinamento na conclusão e sobra ansiedade muitas vezes. Mas vale destacar que ambos estão ali, na zona do agrião para marcar. Importante ressaltar também que os dois são jovens e é preciso paciência. Pedro tem 22 anos, Nico, 23 anos.
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O guri do Grêmio, quatro gols no ano (pouco, sei) é uma pedra a ser lapidada na Arena. Tem velocidade, arranque e, o principal, tem drible. O gol que marcou quarta-feira contra o Fluminense mostra bem essa qualidade: ao receber o passe de Leo Moura, partiu em direção ao gol e, com uma gingada de corpo, enganou Diego Cavalieri e o zagueiro Reginaldo e marcou o segundo. Fácil? Ao contrário, difícil.
Você pode dizer: Pedro Rocha é balaqueiro, quer fazer golaços por cobertura, coisa e tal, como os que tentou diante de Zamora, na Arena, pela Libertadores, e diante do Flu. Ele arrisca. Essa é uma das premissas que um atacante precisa para se tornar efetivo. Nesse mesmo jogo contra o fraco time da Venezuela, o filho do seu Jessé – que, orgulhoso, cadastra cada gol do filho em um caderninho – fez Rivellino se mexer na cadeira ao dar um elástico antes de "merengar" Luan na cara do gol. Está certo, o elástico do Rivellino era mais bonito, curto e mortal.
Nico López, 10 gols na temporada, faz um estilo diferente do de Pedro Rocha. É mais vertical, tem mais fome de gol, quase não dribla. Cai pelos lados e chuta. Erra, é verdade, mas tenta com sua canhotinha. Aparece para o jogo e está bem mais desinibido do que no ano passado. Foi bem contra o Palmeiras, no Beira-Rio. Fez um gol, perdeu outro. No jogo terrível de Belém, derrota para o Paysandu, anotou um bonito gol, de primeira, sem chances para o goleiro. Pena que o árbitro assinalou impedimento. Depois de um 2016 sem brilho, o uruguaio mostra-se mais confiante. Seria um erro colocá-lo no banco neste momento. Espero que essa não seja uma decisão do novo técnico Guto Ferreira, que assumiu ontem. Nico e Pottker transitam na mesma faixa de campo, mas insistiria na dupla para a temporada.
Sou Pedro Rochista. Sou Nico Lopista. Segurem os apupos. Deixem os meninos jogar. Eles têm um baita futuro. Podem cobrar.