Vitaly Mutko é o grande nome da organização da Copa do Mundo. Ele é o homem mais poderoso do esporte russo e ocupa várias funções ao mesmo tempo. Chefe do comitê organizador local, presidente da Federação de Futebol da Rússia e vice-primeiro ministro do país, cargo que ganhou depois de deixar de ser ministro do esporte.
Envolvido até o pescoço no escândalo de doping que tirou toda a equipe de atletismo russa da Olimpíada do Rio de Janeiro, Mutko teve que sair do ministério, mas ganhou uma promoção. Na nova função, além do esporte, controla a pasta do turismo e políticas para a juventude. Mas o mais importante de tudo, é que ele é o homem de confiança do presidente Vladimir Putin. Nascidos na mesma cidade, São Petersburgo, são amigos de longa data. Grigory Telingater, que trabalha no site Championat, explica o sentimento dos russos sobre o dirigente.
Leia mais:
ESPECIAL: conheça as cidades e estádios da Copa da Rússia
Nova Zelândia aposta em destaque da Segundona inglesa para surpreender
Copa das Confederações tem futuro incerto após edição na Rússia
– Aqui no país se brinca muito com a situação, as pessoas falam que ele nunca vai morrer, jamais vai sair do comando do esporte, independente do que acontecer. Os resultados são péssimos, a seleção de futebol vai mal e só o treinador é demitido. Ele também manda nos esportes olímpicos. Na Olimpíada do Rio foi um fracasso. A única coisa que posso dizer é que ele tem apoio total do presidente Putin, e isso parece ser o suficiente. Não são os resultados que importam e sim a confiança de quem manda na Rússia – explica Telingater.
Nem na Copa do Mundo do Brasil se viu tamanho poder concentrado em uma só pessoa. A diferença de Mutko é que, além da área esportiva, ele tem carta branca do presidente do país. Para não dizer que não há nenhuma semelhança com os cartolas brasileiros, o russo acaba de ser excluído do Comitê Executivo da Fifa. A alegação oficial é o conflito de interesses pelo fato do dirigente ter ligação com o governo. Mas o seu nome também apareceu em denúncias de compra de votos para garantir a Rússia como sede do mundial.
Aos 58 anos, e depois de quase ir à lona com o seu nome envolvido no relatório da Agência Mundial Antidoping, que apontou encobrimento de casos de dopagem envolvendo atletas russos, voltou mais forte do que nunca. Ironizado pela imprensa internacional por sua dificuldade de falar inglês, Mutko será uma das principais figuras da Copa do Mundo.
*RÁDIO GAÚCHA