A Federação Internacional de Natação (Fina) iniciou oficialmente na sexta-feira (16) o processo para suspender a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). A entidade internacional enviou à filiada uma carta onde informou que submeterá o processo eleitoral que elegeu Miguel Cagnoni ao seu comitê executivo. A entidade brasileira tem até o dia 28 para fazer suas alegações.
A Fina entende que o pleito desrespeitou os seus estatutos em função de atos feitos pelo interventor indicado pela Justiça. O advogado Gustavo Licks assumiu a CBDA, por indicação da Justiça, após a prisão de Coaracy Nunes e de vices-presidentes, suspeitos de corrupção à frente da entidade. Para a Fina, a interferência ocorreu quando o advogado assumiu a responsabilidade por criar as novas regras e mudar a maneira de escolha do novo presidente. De acordo com o estatuto, somente uma assembleia geral poderia alterar o regulamento das eleições.
A CBDA tem até o dia 28 para responder aos questionamentos da Fina. Com as respostas em mãos, a entidade internacional reunirá o seu comitê executivo para decidir sobre a punição a ser aplicada à entidade brasileira. Em casos como esses, é previsto uma suspensão até os estatutos e regras voltarem a ser respeitados, o que poderá anular a eleição de Cagnoni.
Na eventualidade de a CBDA ser suspensa pela Fina, os atletas do Brasil não poderão participar dos principais eventos internacionais sob a bandeira do país. Os competidores seriam obrigados a adotar a bandeira da entidade máxima do desporto aquático ou do Comitê Olímpico Internacional (COI) e a primeira disputa nesses moldes já pode ser o Mundial de Budapeste, que começa em 23 de julho.
Além de prejudicar os atletas, uma suspensão da Fina poderá acarretar a fuga de patrocinadores da CBDA