O Bellator MMA tomou, em 2014, uma decisão que mudou o rumo da organização. Demitiu o fundador e antigo presidente Bjorn Rebney e contratou Scott Coker, ex-dirigente do Strikeforce, para comandar o evento. A ideia era se firmar como a segunda maior organização do esporte no mundo, atrás apenas do UFC. Três anos depois, o objetivo foi cumprido à risca – e mais, o Bellator tem cada vez mais sido uma ameaça real ao Ultimate.
Antes, o evento era visto como uma segunda linha do MMA. Aos poucos, foram contratados veteranos de grande porte e, ultimamente, lutadores de alto nível em disputa contratual com o UFC. O Bellator passou a investir mais, pagar melhor e criar uma concorrência – algo inimaginável há meia década.
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Um dos grandes trunfos é o tratamento aos lutadores. Ao contrário do Ultimate, que tem um acordo coletivo com a Reebok, o Bellator permite que cada atleta exponha seus patrocinadores pessoais – com isso, além da bolsa prevista em contrato, os lutadores podem faturar muito mais por outros meios.
– O acordo da Reebok foi o pontapé inicial para que os telefonemas começassem a aparecer. Depois, com a venda do UFC, demos outro passo. Eu senti a diferença, porque lutadores são criaturas que gostam de conforto ou de rotina. Ele gostam de ter a mesma rotina. Quando vão para um camp, eles estão sempre com os mesmos caras, com a mesma família. A venda do UFC mudou muita coisa. E mudou para os lutadores também. Houve alguns atletas amargurados dizendo "Ei, vocês levam todo esse dinheiro, 4 bilhões, e nós ainda estamos presos nesse contrato". Eu acho que isso mudou a cabeça das pessoas e fez os telefonemas começarem a aparecer – disse Coker.
Hoje, o Bellator tem um elenco sólido de atletas famosos. São veteranos importantes como Royce Gracie, Rampage Jackson, Tito Ortiz, Fedor Emelianenko, Wanderlei Silva e Chael Sonnen. Mas também há nomes que esportivamente estão em alta – Phil Davis, Ryan Bader, Benson Henderson, Rory MacDonald, Michael McDonald e Lorenz Larkin. Os experientes pesos pesados Matt Mitrione e Roy Nelson também se transferiram.
A visibilidade dada pelos famosos rendeu outros frutos. Lutadores que já tinham sucesso no Bellator antes da expansão começaram a ser vistos por um público maior: Vitaly Minakov, Liam McGeary, Rafael Carvalho, Douglas Lima, Michael Chandler, Dudu Dantas além dos irmãos Patricky e Patrício Freire.
Junho será um mês fundamental para o processo de crescimento. No dia 24, ocorrerá o Bellator NYC no lendário Madison Square Garden – o primeiro evento em sistema de pay-per-view nos Estados Unidos desde que Coker assumiu a franquia. Se conseguir vender, a empresa pode se estabelecer como uma gigante do mercado das lutas.
Bellator NYC (card principal), dia 24/6
Chael Sonnen x Wanderlei Silva (meio-pesados)
Fedor Emelianenko x Matt Mitrione (pesados)
Michael Chandler x Brent Primus (título dos leves)
Douglas Lima x Lorenz Larkin (título dos meio-médios)
Aaron Pico x Zach Freeman (leves)
Bellator 180 (card preliminar)
Phil Davis x Ryan Bader (título dos meio-pesados)
James Gallagher x Chinzo Machida (penas)
Neiman Gracie x Dave Marfone (meio-médios)
Keri Anne Melendez x Sadee Monseratte Williams (palhas femininos)
Ryan Couture x Haim Gozali (meio-médios)
Jerome Mickle x Anthony Giacchina (leves)
John Salgado x Hugh McKenna (peso casado de 72,5 quilos)
Matt Rizzo x Sérgio da Silva (peso casado de 59 quilos)
Bradley Desir x Nate Grebb (leves)
Heather Hardy x Alice Yauger (moscas femininos)
*ZHESPORTES