Os rostos são conhecidos, mas não tanto pelo esporte. Marcinho e Rika formavam os “Gêmeos do Constelação”, banda de pagode caxiense que fez sucesso nos anos 2000. Mas com o fim da banda, a nomenclatura mudou para “Gêmeos do Triathlon”.
A modalidade conquistou os irmãos Calcagnotto há pouco tempo. Há quatro anos, incentivado por amigos, Márcio incluiu a pedalada junto com a natação e a corrida, que já era praticante. Ricardo foi um ano depois e incentivado pelo irmão.
Um passo à frente, Marcinho terá um desafio ainda maior neste final de semana. Correrá o Ironman Floripa, no domingo. Um percurso de 3,8km de natação, 180km de bicicleta e 42km de corrida. O foco é fazer tudo isso em 11 horas. Antes de uma competição longa, um desafio pessoal muito grande.
– Quero mostrar que é possível completar essa prova, se treinar com foco e objetividade. O Ironman demonstra que as coisas não acontecem de uma hora para outra, é fruto de um ano de treinamentos para alcançar esse objetivo. Serve como exemplo para a vida – afirma Marcinho.
Bagagem não falta para o caxiense. Ele nada desde os cinco anos de idade. Descobriu a corrida há seis anos e treina para esta prova há um. Residente em Porto Alegre, divide os turnos de preparação em dois. O primeiro é de bike às 4h da manhã, na Orla do Guaíba. O segundo é após uma jornada de trabalho em uma empresa de comunicação visual.
Neste processo de 12 meses, os últimos quatro foram intensos para que o corpo supere todo o trajeto do Ironman. Às vésperas da competição, o foco agora está no planejamento.
– Se eu sair muito forte na natação, vou pedalar cansado. Se eu fazer a bicicleta mais forte, vou correr cansado. Então, tem que ter estratégias para chegar no final – pontua Marcinho.
Além dele, outros três caxienses estarão na disputa: Vinicius Silvestrin, Amanda Silvestrin e Rafael Vargas.
Inspiração para mais pessoas
Desde que iniciaram os treinamentos juntos no triatlo, despertaram o interesse de mais pessoas. Amigos que conversam para compreender rotina e como administrar essa jornada dupla. Disto surgiu a marca "Gêmeostri: Triathlon e Inspiraçao".
– De uma certa maneira, a gente quis passar para as pessoas que é possível ter uma vida normal e treinar. Tem quem pense: os caras só são atletas. Não! Acordamos às 4h da manhã para treinar, ir trabalhar normalmente e depois treinar de novo – explica Marcinho.
A música deu espaço para o esporte
Foram 10 anos trabalhando na noite com o grupo de pagode Constelação. E se engana quem acha que era apenas essa atividade dos gêmeos. Ambos trabalhavam durante o dia e ainda treinavam natação e corrida. Essa polivalência era um pouco desgastante.
– Trabalhar na noite é complicado. Nunca paramos de trabalhar, para viver da noite. Trabalhava durante o dia e a noite era um adicional. Levamos a sério isso por 10 anos, que foi o tempo que durou a banda – lembra Marcinho.
Mesmo que não fosse uma rotina estressante, ela era muito desgastante para os dois. E na hora de optar por ficar no Rio Grande do Sul ou tentar decolar com a banda, eles decidiram pela primeira opção. Começando ali uma nova vida.
– Como trabalhava, tocava e ainda era atleta, estávamos sempre em conflito na hora de descansar. Ficava um pouco difícil lidar. Uma hora teria que escolher algum e quando o Constelação foi para São Paulo, decidimos ficar. Depois de um ano começamos a cuidar da saúde, por dormir e treinar melhor. Aí começou essa transformação, antigos gêmeos do Constelação, da música, para os gêmeos do esporte – destaca Rika.
Hoje eles contam com um time de apoiadores: Wallp, Pot.in, Xadrez Estratégias, CT Olympus PoA, ATP Suplementos, Skill Idiomas, Carol Maino Coach, Clínica Exposição, Studio Mormaii Fitness e Longevitta.
Nova rotina, mas um desafio igual ou maior que o da música: inspirar pessoas.