De um lado, o mais jovem tetracampeão da F-1: Sebastian Vettel, 29 anos, quarto piloto que mais ganhou corridas (44). Do outro, o tricampeão que venceu uma a cada duas provas desde 2014: Lewis Hamilton, 32 anos, segundo que mais esteve no alto do pódio (54), só atrás do lendário hepta Michael Schumacher.
O duelo entre os dois pilotos de maior sucesso na atual F-1 é a boa-nova para 2017. Aliás, nunca nas 67 temporadas disputadas um tetracampeão e um tricampeão lutaram diretamente pelo título. E mais: o confronto de gigantes marca a volta da batalha entre equipes, após três anos de hegemonia da Mercedes.
Três fatores têm sido decisivos para permitir esse encontro de gigantes. O primeiro é a brusca mudança no regulamento, que diminuiu a vantagem da Mercedes e permitiu que a Ferrari emparelhasse no grid. Com carros praticamente iguais, é no mano a mano da pista e na estratégia dos boxes que sai o vencedor.
O segundo é a apatia dos finlandeses Kimi Raikkonen (Ferrari) e Valtteri Bottas (Mercedes), que assumiram, no melhor estilo Rubens Barrichello, o papel submisso de coadjuvantes, mesmo tendo carro idêntico aos companheiros. E o terceiro, claro, é o talento nato de Hamilton e Vettel, muito acima dos demais pilotos - com exceção de bicampeão Fernando Alonso, que sofre em uma McLaren sem potência nem perspectiva de voltar a vencer.
As estatísticas também justificam a empolgação com a temporada deste ano. Desde 2010, Vettel e Hamilton venceram 82 dos 138 GPs disputados - incríveis 59,4% das corridas da F-1 na década. Nos últimos sete campeonatos, a dupla ganhou seis títulos. Curiosamente, nunca duelaram entre si pela taça. Chegou a hora.
Na Ferrari, o alemão quer emular o compatriota Schumacher e ser o primeiro, após o próprio ídolo e o argentino Juan Manuel Fangio, a se tornar penta. Na Mercedes, Hamilton sonha adentrar no reservado grupo dos tetra, ao lado do próprio Vettel e do francês Alain Prost.
Talento, disputa na pista, perseguição a recordes históricos – Hamilton, por exemplo, está a só seis poles de superar Schumacher como quem mais largou na frente. Ingredientes não faltam para os fãs se deliciarem. Hoje, não há favorito ao título. Só uma certeza: vem aí o melhor e mais acirrado campeonato da história recente da F-1.