Pelo segundo ano consecutivo, sendo considerado favorito para voltar a ganhar o Gauchão, o Grêmio caiu nas semifinais do estadual para um time do interior. E as explicações do técnico Renato Portaluppi após a partida em Novo Hamburgo neste domingo não me agradaram. Afinal, ele nunca erra?
O Grêmio tem "nana neném", "dá mole", "a imprensa tem pensamento antigo, é retrógrada"... e por aí vão as explicações do técnico tricolor. Mas Renato não erra nunca? A insistência com Léo Moura no meio, precisando vencer? Só foi solucionada graças a lesão de Edílson. A substituição de Bolaños, o melhor do time no ano, por Arthur, quando estava 1 a 0 não foi cedo demais?
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O desempenho de não conseguir vencer o modesto Novo Hamburgo, por 3 vezes neste Gauchão, passa só pelo "adormecimento" do time em campo? E quando Renato leva todo o time para o Paraguai e deixa a maioria dos titulares fora do banco, concentrados juntos há tempos, cansados de uma viagem sem jogar, quem errou?
A direção do Grêmio investiu bastante. Pode ter errado aqui ou ali. Mas deu a Renato boas condições. Fazer o time jogar mais e melhor é uma missão que o técnico pentacampeão da Copa do Brasil tem que realizar a partir de agora, para que o time chegue mais longe nas competições mais importantes do ano: Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil, nesta ordem.
Inter manda no Gauchão
De novo, o Inter teve enormes dificuldades contra um time inferior tecnicamente. Faz "Copa do Mundo" contra os grandes e se atrapalha com os pequenos. Só não foi eliminado pelo Caxias, porque no tempo normal, Gilmar perdeu pênalti. Apesar disso, o Inter manda no Gauchão. Neste século, são 18 campeonatos estaduais e 15 finais do colorado. Só ficou fora de 2000, 2001 e 2007. Em 17 edições concluídas de Gauchão, de 2000 a 2016, o Inter venceu 12 vezes (2002 a 2005, 2008, 2009 e 2011 a 2016). O Grêmio teve 4 títulos (2001, 2006, 2007 e 2010) e o Caxias uma conquista (2000).
Final não é inédita
Inter e Novo Hamburgo já se enfrentaram 4 vezes na decisão do Gauchão, quando o time do Vale dos Sinos se chamava Floriano, pois era grande a restrição contra qualquer menção à Alemanha de Hitler nas décadas de 40 e 50 aqui no Brasil. O Inter foi melhor em todas: 1942, 1947, 1950 e 1952. O Floriano ainda foi vice também em 1949, perdendo para o Grêmio.