O Jô que defendeu o Inter entre 2011 e 2012 e não deixou qualquer sinal de saudades agora é uma das maiores preocupações dos colorados na partida contra o Corinthians, nesta quarta-feira, às 21h45min, pela volta da quarta fase da Copa do Brasil. Cinco anos depois de ser dispensado do Beira-Rio por indisciplina, o atacante se reencontrou com a camisa do Timão, clube em que lidera a lista de artilheiros da temporada. Iniciada em novembro do ano passado, a segunda passagem de Jô pelo Corinthians não aconteceu antes, em 2012, justamente por causa do mau comportamento fora de campo.
Na ocasião, Jô foi oferecido ao Corinthians logo que o Inter decidiu não mantê-lo no elenco. A volta para o primeiro clube era vista pelos representantes do jogador como uma possível salvação da carreira diante do histórico disciplinar conturbado: quanto mais perto de casa e das origens, menos propensão às confusões. O plano era perfeito, não fosse por um ponto: a diretoria alvinegra rejeitou no ato a chance de contratar Jô de graça, e uma semana depois ele acabou acertando com o Atlético-MG, onde foi até campeão da Libertadores.
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No Inter, a situação de Jô tinha se tornado insustentável: contratado em julho de 2011, foi afastado pela primeira vez em março do ano seguinte, quando não se apresentou para uma viagem da Libertadores. Em maio, o afastamento definitivo por "furar" a concentração no Rio de Janeiro depois de uma partida contra o Fluminense. Após o desaparecimento, Jô foi afastado de vez pelo técnico Dorival Júnior, hoje no Santos, e autorizado a procurar um novo clube. O Corinthians, plano principal do estafe, não aceitou. E a partir de então novas soluções foram pensadas, como o Galo.
Jô anotou seis gols em somente 36 partidas pelo Inter, e já tem o mesmo número de gols em 22 jogos com a camisa do Corinthians neste ano. As marcas só provam algo que o próprio jogador tem certeza: a volta por cima foi dada a tempo de salvar a carreira aos 30 anos.
– Ali foi um período da minha vida em que só pensei em mim mesmo, achava que minhas atitudes não teriam consequências graves. Se você pegar oito meses, fiz uns três jogos bons, uma passagem muito ruim da minha vida profissional. Hoje a vida é diferente, sou uma pessoa mais centrada, valorizo minha família, o futebol, cuido muito da minha vida, do meu corpo e as coisas dentro de campo fluem – desabafa o jogador.