Oito de Julho de 2014. Estádio do Mineirão. Neste dia, o Brasil sofreu sua maior humilhação no mundo do futebol, sendo derrotado por 7 a 1 pela Alemanha, país que viria a se tornar campeão do mundo naquele ano. A tranquilidade com que a Alemanha goleou o Brasil deixou a todos atônitos. Depois do jogo, uma avalanche de opiniões, teses e tratados, quase que decretavam o fim do futebol brasileiro. Mas o que aconteceu de concreto com o nosso futebol depois daquele dia infame?
Na verdade, muito pouca coisa ( ou quase nada) mudou na chamada "estrutura" do futebol brasileiro. Nosso presidente da CBF não pode viajar para fora do país, sob pena de ser preso. O calendário do nosso futebol continua confuso e apertado (e os clubes ainda colaboram para isso, criando monstros como a Primeira Liga), os campeonatos estaduais continuam aí, com campos esburacados e baixas rendas. Clubes seguem devendo milhões, e muitos não conseguem pagar os salários em dia. Mas, então, o que mudou?
Como a Seleção Brasileira, com todas estas mazelas, está a oito partidas sem saber o que é derrota ou mesmo empate, ganhando com certa tranquilidade de todos adversários? Como, de patinhos feios do futebol mundial, passamos a ser a primeira seleção classificada para a Copa do Mundo da Rússia, depois da própria anfitriã, em apenas três anos?
A resposta é simples: Apesar de não fazermos o "tema de casa", de não mexermos em quase nada na estrutura do nosso futebol, a Seleção, agora, tem um técnico. Um técnico que organizou um time. Um técnico que, apesar de trabalhar neste ambiente, tem uma concepção moderna de futebol. Um técnico que entendeu o porquê do Brasil ter levado 7 a 1 (o que, incrivelmente, não aconteceu com o técnico Felipão, como se percebe na entrevista que ele deu recentemente). Um técnico que chamou seus jogadores, definiu um sistema tático claro e que conseguiu a cumplicidade e a colaboração do seu grupo. Parece simples, mas não é. Por isso, poucos técnico hoje no Brasil têm a capacidade do Tite. Por isso, ele é o melhor técnico do Brasil há muitos anos.
E, por isso, mesmo sem nenhuma revolução na estrutura do futebol brasileiro, ele está tendo sucesso. A revolução que aguarde. Pelo menos até o próximo fiasco da nossa Seleção.